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Cariocas lotam praias e desrespeitam regras de isolamento

Permanecer na areia da praia está proibido desde março. Ipanema e Copacabana tinham pessoas sem máscara e ambulantes

Copacabana em agosto: cariocas lotam as praias do Rio desde o início da flexibilização da quarentena (Andre Coelho/Getty Images)

Copacabana em agosto: cariocas lotam as praias do Rio desde o início da flexibilização da quarentena (Andre Coelho/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de setembro de 2020 às 15h15.

Última atualização em 7 de setembro de 2020 às 08h32.

O sol e a temperatura de 27 graus ao meio-dia garantiram neste domingo (6) mais um dia de praias lotadas e desrespeito às regras de isolamento que ainda vigoram no Rio de Janeiro, como forma de combater a covid-19. A reportagem circulou pela Barra da Tijuca, na zona oeste, e por Ipanema e Copacabana, na zona sul, e constatou que todas estavam repletas de banhistas, como já havia ocorrido no fim de semana passado e ontem (5), primeiro dia do fim de semana prolongado pelo feriado de Dia da Independência, que será comemorado amanhã (7). Permanecer na areia da praia está proibido desde março. A multa para quem desrespeitar a regra é de R$ 107, mas a reportagem não viu nenhuma fiscalização nem flagrou a aplicação de multas. Até ontem, 16.526 pessoas haviam morrido vítimas da covid-19 em todo o Estado do Rio, onde foram registrados 232.747 casos. Os dados são da Secretaria estadual de Saúde.

Em Copacabana, nem era preciso chegar à praia para concluir que ela estava lotada: durante a manhã, a porta da Estação Cardeal Arcoverde do metrô despejava a cada cinco minutos pelo menos uma centena de banhistas munidos de caixas térmicas, guarda-sóis e cadeiras. Ao longo dos 45 minutos em que a reportagem acompanhou o movimento, das 11h30 às 12h15, aproximadamente a metade das pessoas usava máscara. Outros 25% bebiam cerveja e os 25% restantes não usavam máscara nem demonstravam preocupação em não usá-las. Os camelôs que ocupavam as calçadas da rua Rodolfo Dantas ao longo dos 150 metros que separam a estação de metrô da areia comemoravam o movimento: “Passei quase seis meses sem vender nada, amigo. Preciso desse movimento pra garantir a sobrevivência”, afirmou o ambulante Emerson Sanches, de 31 anos, que vende balas, amendoins e outras guloseimas a poucos metros da saída do metrô.

“A gente depende desse movimento. Durante a semana o movimento não é ruim, mas a gente consegue ganhar dinheiro mesmo é no sábado, domingo e nesses feriados de sol e calor. Ainda bem que tudo voltou ao normal”, disse a dona de um restaurante na rua Rodolfo Dantas. Naquele momento, 8 das 11 mesas do estabelecimento comercial estavam ocupadas. Sobre a covid-19, a comerciante foi incisiva: “Não quero nem pensar nisso!”

Nas areias, os ambulantes também aproveitavam a lotação deste domingo. Em 30 minutos na praia (das 10h45 às 11h15), a reportagem facilmente identificou vendedores de mate de galão, embora não tenha conseguido encontrar quem vendesse biscoitos de polvilho Globo, tradicional acompanhamento do mate. Os chuveirinhos voltaram a ser instalados pelos donos de barracas, causando fila de espera entre os banhistas.

fonte: Estadão Conteudo

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