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Cariocas enfrentam fila para tomar vacina contra febre amarela

A procura aumentou depois da confirmação, nesta semana, dos dois primeiros casos de febre amarela no Rio de Janeiro

Febre amarela: a capital e região metropolitana do Rio ainda não são alvo da campanha estadual de vacinação (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Febre amarela: a capital e região metropolitana do Rio ainda não são alvo da campanha estadual de vacinação (Tomaz Silva/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de março de 2017 às 15h01.

Os postos de vacinação da cidade do Rio de Janeiro amanheceram hoje (17) com grandes filas de pessoas que foram tomar vacina contra a febre amarela.

No Centro Especial de Vacinação Dr. Álvaro Aguiar, no centro da cidade, um dos principais pólos de vacinação do Rio, cerca de 150 pessoas esperavam atendimento, logo cedo.

Já no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca, na zona norte da cidade, a fila era ainda maior, com cerca de 200 pessoas.

A procura aumentou depois da confirmação, nesta semana, dos dois primeiros casos de febre amarela no Rio de Janeiro. Nas duas unidades visitadas pela reportagem da Agência Brasil, as palavras mais ouvidas eram "preocupação" e "desespero".

A psicóloga Daniela Pimenta levou o filho de 3 anos para se imunizar no centro Álvaro Aguiar. "Depois de serem confirmados esses casos eu fiquei muito preocupada com ele. Eu não me vacinei, mas antes de qualquer coisa eu tenho que imunizá-lo. E o desespero aumenta devido à falta de informação que existe nos postos", disse.

O fotógrafo Júlio de Andrade disse que não somente na unidade da Cinelândia, mas em outras unidades, está havendo confusão nas filas. "Ontem eu fui no posto da Tijuca e estava uma tremenda confusão. Pessoas furando filas, outras guardando vez para grupinhos de cinco pessoas, o que congestionava ainda mais e tirava do sério quem estava ali desde cedo".

O consultor de informática João Barbosa, 63 anos, vai viajar para Macaé, região com risco de contágio, e também procurou o centro de vacinação Álvaro Aguiar.

Ele disse que uma senha estava sendo distribuída para quem estava na fila, mas que não havia ainda a certeza de que todos seriam vacinados.

"Eles estão agindo assim. Um segurança veio na porta nos passar essa informação. Eu, que cheguei cedo, provavelmente serei atendido, mas e quem tá lá atrás? Muita gente não chegou antes porque não pode, trabalha, etc".

A oficial de justiça Vanda Costa disse estar assustada com as notícias sobre a chegada da doença no Rio de Janeiro. "Tenho dito para meus amigos que vou tomar a vacina não porque vou viajar para uma área de risco, mas sim porque a doença é que está viajando para o Rio", disse Vanda que culpa o governo pela situação: "isso nada mais é que fruto do descaso das nossas autoridades. Essa doença não era mais falada, então qual o motivo disso? Repito, por falta de atenção e competência de quem devia se preocupar com a saúde da população. É lamentável".

O jornalista Jorge Ramos conseguiu ser vacinado após mais de três horas de espera na unidade da Tijuca. "Eles nos entregam um documento, uma espécie de termo de responsabilidade, para que a pessoa se comprometa de que está apta a ser vacinada. Cheguei aqui às 5h50 e fui atendido às 9h20, aproximadamente", explicou.

A capital e região metropolitana do Rio ainda não são alvo da campanha estadual de vacinação, que está priorizando 25 municípios próximos a Casimiro de Abreu, onde morreram as duas vítimas da doença no estado.

Ontem (16), o Corpo de Bombeiros entregou um lote com 1 milhão de doses da vacina da febre amarela para essa região, solicitado na quarta-feira ao Ministério da Saúde em caráter emergencial.

Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) não respondeu, até a publicação do texto, se vai haver um reforço no número de doses para a capital.

 

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