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Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 17h32.
Brasília - Acusado pela oposição de partidarizar investigações contra adversários políticos, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, vai comparecer nesta terça-feira, 03, voluntariamente à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado a fim de esclarecer seu envolvimento no episódio acerca das apurações conduzidas pela Polícia Federal a respeito de denúncias de corrupção de políticos e formação de cartel no transporte de trens de São Paulo.
A decisão de Cardozo de depor à CCJ às 11h foi costurada por integrantes da base aliada desde a semana passada e tem por objetivo distensionar o clima político com a oposição. A cúpula do PSDB, que chegou a pedir a demissão do titular da Justiça, acusou o ministro de ter motivações políticas ao se envolver no caso do metrô para tentar abafar as prisões do mensalão. Em revide, Cardozo convocou duas entrevistas coletivas para se defender e, na última delas, anunciou que processaria quem o acusasse injustamente.
Na semana passada, o líder tucano na Casa, Aloysio Nunes Ferreira, disse que havia "muita controvérsia" sobre quem repassou à PF um relatório, feito por um ex-executivo da Siemens e revelado pelo Estado, que informava a existência de um esquema de caixa 2 do PSDB e do DEM. O líder tucano seria um dos políticos citados no documento como supostamente próximos ao dono da empresa que teria pago propina a agentes públicos - o que ele nega.
Após muita divergência, Cardozo admitiu que havia remetido o documento para a Polícia Federal. Segundo Aloysio Nunes Ferreira, teria havido acréscimos em versões do relatório que circularam com o objetivo de implicar políticos. "Queria saber quem enxertou, se existem averiguações do Ministério da Justiça sobre quem enxertou", questionou o tucano, ao defender a convocação do ministro na CCJ. Nessa hipótese, se fosse aprovado, pelo regimento, Cardozo seria obrigado a comparecer em 30 dias.
O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), sugeriu a conversão do requerimento de convocação para convite. Ele argumentou que Cardozo estava disposto a comparecer ao Parlamento. Os senadores concordaram com a mudança que, do ponto de vista regimental, não obriga o ministro a comparecer. O pedido seria votado nesta terça-feira, mas com a ida voluntária do ministro à CCJ ele perde o objeto.
Aloysio Nunes disse nesta quarta-feira ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que já tinha sido informado por integrantes da base do comparecimento do ministro à comissão. Questionado sobre qual será a estratégia que vai adotar, ele não quis adiantar. Disse apenas que estava trabalhando nela com assessores. "Quero que essas coisas sejam esclarecidas e que a investigação prossiga sem contaminação política"", ressaltou.