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Caraguatatuba ainda não resolveu problemas das encostas

Deslizamentos em 1967 na cidade do litoral paulista deixou um saldo de 436 mortos

Visão aérea de Caraguatatuba, cidade litorânea de SP: ocupação na serra aumentou (Wikimedia Commons)

Visão aérea de Caraguatatuba, cidade litorânea de SP: ocupação na serra aumentou (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de janeiro de 2011 às 10h50.

Caraguatatuba, SP – Há 44 anos, dias de chuva intensa e inúmeros deslizamentos de terra deixaram um saldo de 436 mortos em Caraguatatuba, no litoral norte paulista. De lá para cá, a população da cidade aumentou, o processo de ocupação das encostas da Serra do Mar se intensificou e as ameaças à vida dos moradores permanecem.

“A fragilidade da Serra do Mar é nesse sentido. Se houver uma chuva muito intensa como no Rio de Janeiro, muito provavelmente todas as cidades sofrerão”, explicou o secretário de Trânsito e Defesa Civil do município, Eugênio Campos Júnior.

Campos aposta, no entanto, na evolução dos meios de comunicação e das estratégias de monitoramento para garantir mais segurança à população. “O número de pessoas em condições de ser atingidas talvez seja maior, mas a velocidade e a capacidade de remover essas pessoas é muito maior também”.

Mesmo sendo possível a remoção preventiva, o secretário reconhece que caso um volume de chuvas semelhante ao que provocou o desastre de quase meia década atrás atinja Caraguatatuba “haveria, sem dúvida nenhuma, muitas vítimas”.

A prefeitura, entretanto, tem feito o mapeamento da região e o cadastramento das residências em áreas de maior risco. Um dos problemas do município é que, a exemplo do que ocorreu em 1967, mesmo casas que não estão em encostas podem ser atingidas por deslizamentos de terra. Pelo menos 29 casas já foram apontadas como em situação de risco, sem chance de recuperação. “Essas famílias serão colocadas em planos de aluguel popular e, depois, inseridas em casas populares”, explicou Campos.

Apesar da preocupação em evitar futuras tragédias, alguns moradores ainda guardam vivas as memórias daquele ano fúnebre para a cidade litorânea. Um deles é o aposentado Francisco Monter Júnior. Para ele, ajudar no resgate das vítimas dos soterramentos foi uma experiência única. “Quem ajudou se sentiu muito bem. No meu caso, acho que nunca fui tão útil na minha vida”, relembrou.

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