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Candidatos 'nanicos' apostam em temas polêmicos

Os oito que orbitam na ponta de baixo das pesquisas eleitorais usam a pequena visibilidade da disputa para debater causas polêmicas e bandeiras excêntricas


	Neste ano, o "Ey-Ey-Eymael" pode ser ouvido no site da campanha em sete versões, como axé ou sertanejo
 (Divulgação/PSDC)

Neste ano, o "Ey-Ey-Eymael" pode ser ouvido no site da campanha em sete versões, como axé ou sertanejo (Divulgação/PSDC)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2014 às 10h02.

São Paulo - Com poucos recursos e sem a mesma estrutura que os três primeiros colocados na disputa presidencial - Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) -, os oito candidatos nanicos que orbitam na ponta de baixo das pesquisas eleitorais usam a pequena visibilidade da disputa para debater causas polêmicas e bandeiras excêntricas.

Cinco deles - Luciana Genro (PSOL) Eduardo Jorge (PV), José Maria (PSTU), Mauro Iasi (PCB) e Rui Costa Pimenta (PCO) - defendem a descriminalização da maconha, o casamento entre pessoas do mesmo sexo e o direito ao aborto. Essas três pautas, evitadas ou tratadas sem alarde pelos favoritos, é frequente na agenda do grupo. Dentro desta faixa, quatro deles - Iasi, Zé Maria, Luciana e Pimenta - formam o bloco "ideológico" e defendem uma doutrina de extrema esquerda.

Já Eduardo Jorge (PV) mescla os três itens em comum da pauta "progressista" ao discurso ambiental para tentar recuperar pelo menos parte dos 20 milhões de votos que seu partido recebeu com a candidatura da ex-ministra Marina Silva em 2010.

Contraponto

Pastor Everaldo (PSC), Levy Fidelix (PRTB) e José Maria Eymael (PSDC) se apresentam com propostas diametralmente opostas às defendidas pelos "radicais" e fazem o contraponto conservador.

Único com mais de 1% das intenções de voto (3% na mais recente pesquisa Ibope), Pastor Everaldo conta com o voto dos evangélicos que, segundo o IBGE, correspondem a 22% da população do País. "Trabalho com o que eu tenho, mas minha visão não é nanica, é gigante", diz. Ele também é o único dos nanicos a dispor de jatinho próprio.

Também ligado à defesa do direito à vida e a preceitos cristãos está Eymael, que em sua quarta disputa presidencial continua utilizando o jingle que o tornou famoso na campanha à Prefeitura de São Paulo em 1985. Neste ano, o "Ey-Ey-Eymael" pode ser ouvido no site da campanha em sete versões, como axé ou sertanejo.

Ainda no espectro "conservador" do grupo está Levy Fidelix, que disputa a sua quinta eleição consecutiva (disputou a Prefeitura de São Paulo em 2008 e 2012, tentou a Câmara dos Deputados em 2006 e a Presidência em 2010, mas nunca foi eleito). Ele terá apenas 47 segundos na propaganda da TV para defender sua notória bandeira de qualquer disputa. "Aerotrem é um neologismo para monotrilho, que eu criei. Não deixarei de lado este ano algo que defendi a vida inteira, mas não vou falar só disso", afirma o candidato, adepto do slogan "Vamos endireitar o Brasil".

Repetição não é exclusividade dos candidatos conservadores. Pela terceira vez candidato ao Planalto, Pimenta aposta nos motes "Quem bate cartão não vota em patrão", "Revolução, governo operário e socialismo" e "Salário, trabalho e terra".

Em sua segunda campanha à Presidência, Zé Maria não faz diferente e defende a reestatização dos bancos, a suspensão do pagamento da dívida pública e um governo "sem patrão".

Iasi também defende a estatização do sistema financeiro e a extinção do direito de herança. Eduardo Jorge é o que mais destoa da divisão "tradicional" e afirma que seu partido é de "ideias revolucionárias e que vem para reformar o socialismo e o capitalismo". 

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