Brasil

Candidatos demais à presidência da Câmara complicam cenário

O excesso de candidatos tumultua os prognósticos sobre quem comandará a Casa, mas ainda assim poucos dos postulantes devem desistir da disputa, diz parlamentar


	Vista geral do Plenário da Câmara dos Deputados: segundo esse deputado, há pouca margem de manobra para a negociação de desistências
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Vista geral do Plenário da Câmara dos Deputados: segundo esse deputado, há pouca margem de manobra para a negociação de desistências (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2016 às 16h56.

Brasília - O excesso de candidatos à presidência da Câmara tumultua os prognósticos sobre quem comandará a Casa, mas ainda assim poucos dos postulantes devem desistir da disputa, avaliou uma importante liderança parlamentar.

Segundo esse deputado, há pouca margem de manobra para a negociação de desistências, mesmo dentro da base do governo, que não tem o que oferecer em troca da retirada de candidaturas.

"Por que retirar? Não há o que oferecer", afirmou o parlamentar, explicando que não há cargos a serem oferecidos e pouca visibilidade para relatorias, diante do trabalho reduzido na Casa por conta da Olimpíada do Rio e das eleições em outubro.

Até o início desta tarde, a Secretaria-Geral da Câmara já registrava sete candidaturas ao posto, todas de partidos que integram a base. São eles Fausto Pinato (PP-SP), Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO), Carlos Manato (SD-ES), Marcelo Castro (PMDB-PI), Fábio Ramalho (PMDB-MG), Heráclito Fortes (PSB-PI), Giacobo (PR-PR). Marcelo Castro, aliás, é considerado um candidato competitivo, que conta com a simpatia da Casa.

E esse número tende a aumentar, já que muitos tidos como candidatos certos ainda não registraram suas postulações, caso de Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), que aguardava a definição das regras da disputa para oficializar a candidatura.

Ambos integram a base e são encarados como fortes candidatos ao posto.

Embora Rosso negue, a candidatura dele é constantemente associada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), enquanto Maia vem sofrendo críticas por negociar com o PT, seu tradicional e histórico adversário.

Outros candidatos, de partidos que fazem oposição ao governo interino de Michel Temer, ainda podem surgir, uma forma de marcar posição e dar notoriedade à sigla, já que há tempo de fala reservado a cada candidato.

O número elevado de postulantes pode levar a uma situação de pulverização de apoios em que um candidato garanta uma vaga no segundo turno com relativamente poucos votos.

As numerosas candidaturas podem inclusive, a depender das regras de votação, do tempo de discurso destinado a cada parlamentar, e do horário da sessão para a eleição, prolongar o processo a tal ponto que a decisão seja postergada para agosto, quando o Congresso retorna do recesso branco.

Ainda que o Congresso não vote a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)-- exigência Constitucional para a interrupção dos trabalhos no Legislativo--, a Câmara deve fazer uma pausa a partir do dia 14 de julho, o chamado recesso branco.

A expectativa é que a eleição ocorra antes disso, na quarta-feira, no fim da tarde. Interessados em disputar o comando da Câmara poderão, em tese, registrar suas candidaturas até o meio-dia do dia da votação. Mas esses e outros detalhes ainda precisam ser formalmente definidos em reunião da Mesa Diretora da Câmara, na tarde desta segunda-feira, e depois chancelados pelo colégio de líderes, que deve se reunir em seguida.

Acompanhe tudo sobre:Política no BrasilPolíticaCâmara dos Deputados

Mais de Brasil

Fachin decidirá se Fux continuará julgando trama golpista após mudança de Turma no STF

STF manda reabrir investigação contra Valdemar Costa Neto por trama golpista

Por 4 votos a 1, STF condena sete réus do núcleo de desinformação de trama golpista

Câmara aprova pacote de segurança que eleva pena de homicídio contra policiais e pune 'novo cangaço'