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Candidatos apresentam propostas para reforma política

A maioria dos candidatos se colocou contra o financiamento privado de campanhas

Marina Silva durante o debate eleitoral da CNBB, em Aparecida do Norte (Paulo Whitaker/Reuters)

Marina Silva durante o debate eleitoral da CNBB, em Aparecida do Norte (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de setembro de 2014 às 22h52.

São Paulo - Os candidatos à Presidência defenderam, no primeiro bloco do debate da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a realização de uma reforma política e a maioria deles se colocou contra o financiamento privado de campanhas.

Os oito presidenciáveis presentes tiveram dois minutos cada para responder à pergunta feita pela presidência da CNBB sobre esse tema.

Entre as propostas, Dilma Rousseff (PT) defendeu um plebiscito popular para definir a reforma e Aécio Neves (PSDB) falou da importância de implementar o voto distrital misto. Marina Silva (PSB) destacou problemas de representatividade do sistema político atual.

O candidato José Maria Eymael (PSDC), que foi o primeiro a responder por determinação de sorteio, usou o tempo para se apresentar e não comentou o assunto apresentado.

Já Aécio disse que política e ética precisam ser compatíveis e que a reforma política é a mãe de todas as reformas.

"Minha proposta de governo, que reúne os mais qualificados brasileiros, não é construída no improviso e não se modifica ao sabor dos ventos", afirmou.

O tucano defendeu uma reforma que o institua voto distrital misto e o fim da reeleição, com mandatos de cinco anos para todos os detentores de cargos públicos. "Isso cria condições de maior isonomia", justificou. "No meu governo, a reforma política começa no primeiro dia."

A candidata do PSB, Marina Silva, afirmou que "boa parte das instituições políticas não nos representa" e citou as manifestações de junho de 2013.

"Fizemos questão de tratar desse tema em nosso programa, não como proposta pronta e acabada, mas para que seja capaz de ajudar o processo político e que volte a fazer uma ligação entre representantes e representados", disse.

"Temos uma proposta de reforma política que melhore a representação." A candidata defendeu também o financiamento público de campanha.

Dilma, por sua vez, colocou-se a favor dos quatro pontos apresentados pela CNBB para uma reforma política: fim do financiamento empresarial das campanhas, participação proporcional de homens e mulheres, voto em lista partidária em dois turnos e o fim das coligações proporcionais.

Segundo ela, é preciso uma reforma política baseada na participação popular por meio de plebiscito. "A reforma tem que renovar os partidos políticos. Quando os partidos não existem, os poderosos mandam por trás das cenas e isso é caminho para a ditadura", apontou.

Em seguida, o candidato do PV, Eduardo Jorge, e a candidata do PSOL, Luciana Genro, disseram concordar com o fim do financiamento de empresas.

"Não só concordo com o fim do financiamento privado como já pratico isso nesta campanha. Já o G3 está recebendo gostosamente", disse Eduardo Jorge, referindo-se aos três candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto.

Ele também defendeu o voto facultativo, assim como Levy Fidélix (PRTB) e Pastor Everaldo (PSC), que disse que seu partido apresentou, em 2011, proposta de fim do voto obrigatório.

Durante o segundo bloco do debate, os presidenciáveis irão responder a perguntas sugeridas pelos bispos indicados pela CNBB. Os temas incluirão saúde, educação, habitação, reforma agrária, reforma política e lei do aborto.

No terceiro bloco, os convidados responderão a perguntas de jornalistas das mídias católicas, enquanto o quarto segmento será de embate entre os candidatos. O último bloco será dedicado às considerações finais.

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