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Candidatos à presidência do PSDB disputam 395 votos

Em um momento inédito no partido, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (GO), vão disputar os votos dos colegiados

Tasso Jereissati (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Tasso Jereissati (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de novembro de 2017 às 09h18.

Brasília - Em um momento inédito na história do PSDB, o senador Tasso Jereissati (CE) e o governador de Goiás, Marconi Perillo (GO), vão disputar nas próximas quatro semanas os votos dos 395 tucanos que compõem o colégio eleitoral que vai definir no dia 9 de dezembro o nome do próximo presidente do partido. Os dois lados reconhecem que a contabilidade está acirrada, o que causa apreensão na cúpula tucana.

Segundo o estatuto da legenda, têm direito a voto todos os 160 membros do diretório nacional, 27 presidentes de diretórios estaduais, 58 parlamentares tucanos do Congresso e cerca de 150 delegados eleitos pela base nos congressos estaduais (cada Estado elege 10% do número de diretórios organizados). Nesse cenário, as convenções regionais do PSDB do fim de semana serão decisivas.

A executiva nacional do PSDB está elaborando uma mapa dos delegados nos Estados que deve servir como referência sobre a força de cada postulante ao comando da legenda. A principal convenção será em São Paulo, no domingo. Com 537 diretórios efetivos e a maior bancada na Câmara, o Estado vai levar mais de um terço dos delegados.

O deputado estadual Pedro Tobias, que deve ser reeleito presidente do PSDB paulista, declarou apoio a Tasso e avalia que o senador contará com a ampla maioria dos votos.

O senador cearense, que ocupa o cargo de presidente interino da sigla, tem como maior trunfo o apoio dos "cabeças pretas" - tucanos que defendem o desembarque do governo Michel Temer - enquanto Perillo é o preferido dos quatro ministros do partido, e do senador Aécio Neves (MG), presidente licenciado da legenda, e dos governadores.

"O Marconi vai rodar o Brasil todo. Estou trabalhando com afinco em busca de cada um desses votos", disse o deputado federal Giuseppe Vecci (GO), principal articulador do governador goiano na Câmara.

"Tasso tem mais força na bancada. Ele tem apoio de todos que votaram pela abertura do inquérito da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Temer no plenário e também está à frente nos diretórios estaduais", rebateu o deputado Daniel Coelho (PE), principal líder dos "cabeças pretas".

Em Pernambuco, porém, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, que está alinhado com Perillo, foi eleito presidente do diretório estadual.

Tanto aliados de Tasso quanto de Perillo rejeitam a hipótese de que eles abram mão da disputa para apoiar uma "terceira via" de consenso, mas essa possibilidade vem sendo defendida por cardeais da legenda.

Estatuto

Tasso lançou ontem oficialmente a sua candidatura à presidência do PSDB com a defesa de um código de ética "mais rigoroso" e de um novo estatuto que contemple a adoção do sistema de compliance (conjunto de boas práticas) para a fiscalização interna do partido e de seus integrantes.

Durante o evento, realizado na liderança da sigla no Senado, estavam presentes 14 deputados e seis senadores tucanos.

A plataforma de Tasso se baseia no discurso de que a legenda precisa se "reconectar com as ruas". "Não estou colocando meu nome à disposição para rachar, e sim para unir, mas não adianta ficar unido aqui e distante do povo, temos que ficar conectados com a população, que é tudo o que um partido político precisa", afirmou o tucano ao anunciar a candidatura.

Já Perillo anunciou seu nome para a disputa interna na semana passada, quando defendeu que o PSDB entregue no fim do ano os cargos que detém no governo federal. "Seria natural o desembarque no final do ano, com os ministros se desincompatibilizando para cuidar das candidaturas", afirmou.

Assim como o "desembarque" do PSDB, o apoio à candidatura do governador Geraldo Alckmin para a Presidência da República em 2018 também é consenso entre Tasso e Perillo.

O paulista é apontado também como potencial candidato da unidade à presidência tucana, o que lhe daria mobilidade para viajar o Brasil na pré-campanha. Em 2013, Aécio presidia o PSDB e disputou a eleição presidencial do ano seguinte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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