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Candidato no Recife, João Campos promete crédito a empresários negativados

Em entrevista à EXAME, o candidato do PSB conta que a ideia é conceder empréstimo de até 3 mil reais para pequenos empreendedores

Deputado federal João Campos está na disputa pela prefeitura do Recife com a prima, Marília Arraes  (Divulgação/Divulgação)

Deputado federal João Campos está na disputa pela prefeitura do Recife com a prima, Marília Arraes (Divulgação/Divulgação)

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Alessandra Azevedo

Publicado em 28 de novembro de 2020 às 09h00.

Última atualização em 28 de novembro de 2020 às 15h41.

Em uma das disputas mais acirradas das eleições municipais de 2020, o deputado federal João Campos (PSB), aos 27 anos de idade, disputa a prefeitura do Recife com a prima, também representante de Pernambuco na Câmara dos Deputados, Marília Arraes (PT), de 36 anos. A um dia da definição do pleito, depois de terem enterrado candidaturas de direita no primeiro turno, os dois estão tecnicamente empatados, pelas pesquisas mais recentes. 

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À EXAME, João Campos explicou as principais propostas, caso seja escolhido para assumir a prefeitura do Recife em 2021, ainda em meio à pandemia do novo coronavírus e com ameaça de uma segunda onda de contágios. O candidato do PSB garante que não faltam ideias para alavancar o crescimento do município, mesmo em condições adversas. A aposta dele é em programa para ajudar pequenos negócios e em estratégias para estimular a geração de empregos.

Veja os principais trechos da entrevista: 

Quem assumir a prefeitura do Recife em 2021 terá desafios enormes, com a pandemia ainda em alta. Um dos legados da covid-19 é o desemprego. Quais são as principais propostas nesse sentido?

Na questão do emprego, que já era desafiadora e se tornou ainda mais crônica em todo o Brasil, com a pandemia do novo coronavírus, temos um amplo leque de propostas viáveis e capazes de fazer o Recife largar na frente na retomada econômica. A criação do maior programa de Crédito Popular das capitais brasileiras é um exemplo disso. Além disso, outras realizações estratégicas atenderão à demanda para geração de emprego e renda, como a criação da Investi in Recife, agência que vai atrair investimentos, e o Desenvolve Recife, um equipamento que reunirá serviços diversos, a exemplo da Sala do Empreendedor, Agência do Trabalho, cursos de qualificação e coworking.

As empresas, principalmente as menores, estão com dificuldade para manter as portas abertas. A partir de janeiro, começam a diminuir as medidas de socorro do governo federal. Como a prefeitura do Recife deve reagir a isso?  

O Crédito Popular do Recife tende a beneficiar os pequenos negócios, garantindo a renda em tempos difíceis. Será assegurado empréstimo de até 3.000 reais, com carência de até quatro meses para começar a pagar, em 12 parcelas e juros de 0,99% ao mês. Mesmo empreendedores negativados podem receber o crédito. E a prefeitura ainda paga a última parcela para quem quitar em dia, permitindo que mais gente aproveite o benefício. O programa terá um custo maior de implantação no primeiro ano, mas os anos subsequentes já terão um reforço financeiro grande a partir da devolução do empréstimo, considerando que este tipo de empreendedor é bom pagador no mercado. 

Recife registrou a maior desigualdade entre as capitais do Brasil em 2019, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quais são as propostas para combater o problema?

Todas essas iniciativas contribuem não só para o aquecimento da economia, mas também para o combate à desigualdade social. Temos ações que cumprem esse papel em todas as áreas de atuação. Na educação, teremos a duplicação do número de vagas em creches, a alfabetização até os sete anos de idade e a qualificação de jovens através do Embarque Digital, com 50% das vagas garantidas para as pessoas negras. Só pela educação é possível fazer uma transformação social impactante e se enfrentar este desafio histórico da desigualdade social, presente em todo o país. 

Com a possibilidade de uma segunda onda, como deve ser feita a reposição das aulas perdidas durante a pandemia?

Em relação a esse ponto, a proposta é fazer um diagnóstico da situação atual, por aluno e por escola, do déficit de aprendizagem durante esse período de calamidade pública na saúde. Apenas com fundamento nessas informações é que teremos condições de construir um modelo de retomada que seja seguro para o aluno e o professor. Sendo eleito prefeito do Recife, vou manter a responsabilidade para ouvir os especialistas em saúde e discutir a retomada de eventos públicos de maior porte e o reinício total das aulas. Vamos discutir não só com as autoridades da saúde, mas também com todos aqueles que fazem a educação. 

No primeiro turno, os dois candidatos ficaram praticamente empatados. Na sua opinião, qual é o maior diferencial entre vocês? Por que a vitória de João Campos é mais interessante para o eleitor?

Com muita responsabilidade e senso de dever social, fazendo conta e estudando detalhadamente cada proposta, sabendo unir as pessoas e dialogar com todos os segmentos da sociedade, a nossa campanha se mostra a mais preparada para enfrentar os anos desafiadores que teremos pela frente. O sentimento das ruas nos faz sentir que seremos, sim, a candidatura vitoriosa desta eleição e que faremos a gestão priorizando o social, mas cumprindo a responsabilidade com as contas públicas.

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