Brasil

Candidato à presidência da Câmara, Freixo quer "unidade progressista"

Para o parlamentar, o PSOL não deve atuar isolado e vai buscar construir blocos com os demais partidos com os quais têm afinidade

Marcelo Freixo: eleito pela primeira vez para a Câmara federal, o deputado estadual é candidato à presidência da Casa (Ricardo Moraes/Reuters)

Marcelo Freixo: eleito pela primeira vez para a Câmara federal, o deputado estadual é candidato à presidência da Casa (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 09h18.

Última atualização em 30 de janeiro de 2019 às 09h19.

Brasília - Eleito pela primeira vez para a Câmara federal, o deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) é candidato à presidência da Casa com o objetivo de unificar a esquerda. "Vamos buscar a unidade do campo progressista no Congresso o tempo todo", afirmou ele em entrevista ao Estadão/Broadcast. Para o parlamentar, o PSOL não deve atuar isolado e vai buscar construir blocos com os demais partidos com os quais têm afinidade. Caso eleito, ele diz que irá dialogar como governo de Bolsonaro com autonomia, "como todos os Poderes devem ser". Abaixo, os principais trechos da entrevista:

Esse é o seu primeiro mandato como deputado federal. Por que resolveu se candidatar à Presidência da Casa?

Essa foi uma decisão da bancada do PSOL. A legenda entendeu que era o nome que poderia ajudar a buscar uma unidade do campo da esquerda, progressista, na defesa da democracia e no combate da desigualdade.

Como deve ser a atuação do PSOL nessa nova Câmara que chega com uma configuração bem diferente da legislatura anterior?

É difícil de prever o que será, porque foge muito das características que tínhamos algum domínio de análise. Há uma nova configuração política de setores mais ligados ao fanatismo do que a qualquer outra concepção política. O que não é bom para a democracia. Eu tenho um profundo respeito pelo pensamento conservador, mas o fanatismo, seja ele qual for, na política é sempre historicamente prejudicial.

E como deve se dar o diálogo entre a oposição e esse grupo?

Primeiro, a oposição precisa estar unida e essa unidade do campo progressista vai precisar estar dialogar com as ruas, com os movimentos sociais que serão duramente atingidos por essa concepção de governo que não tem nenhuma responsabilidade com o enfrentamento da desigualdade social.

O PSOL tem uma série de divergências com o novo governo. Como seria o seu relacionamento como presidente da Câmara e o Executivo?

Com autonomia. A independência dos Três Poderes nunca foi tão importante. Como presidente, quero formar um grupo grande de deputados, não apenas de esquerda, comprometidos com a democracia, resgatando a essência da Constituição de 1988 no que diz respeito ao combate da desigualdade social. Isso é decisivo e fundamental.

Com quem o PSOL deve se unir ou o partido pretende atuar sozinho?

Não temos nenhuma intenção de atuar sozinho, queremos dialogar amplamente com o setor progressista. Por nós estaremos juntos com PT, PDT, PCdoB, PSB e Rede.

Qual é posição do sr. em relação à Reforma da Previdência?

Essa ou nenhuma outra pode ampliar a desigualdade social no Brasil que já é um grande problema. Todos andam questionando o crime de Brumadinho e a Vale deve mesmo ser punida, mas deve ter um questionamento sobre o modelo de desenvolvimento e econômico, isso não se sustenta.

O que o sr. pensa sobre o aumento de salário dos deputados e questões como o auxílio-mudança?

Não é hora para isso. Acho que isso não pode ser pauta prioritária para qualquer deputado. O auxílio-mudança deveria ser apenas para quem se muda.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCongressoRio de Janeiro

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos