Brasil

Campos defende composição do governo de Pernambuco

Governador saiu em defesa da composição do governo no primeiro encontro entre filiados ao partido e integrantes da Rede Sustentabilidade


	Eduardo Campos: governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB é um grande crítico do sistema de coalizão
 (Marcello Casal Jr./ABr)

Eduardo Campos: governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB é um grande crítico do sistema de coalizão (Marcello Casal Jr./ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 17h26.

São Paulo - Crítico ao sistema de coalizão, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, saiu nesta segunda-feira, 28, em defesa da composição do governo do Estado, no primeiro encontro entre filiados ao partido e integrantes da Rede Sustentabilidade em São Paulo.

"Nós não podemos achar que uma pessoa, por ter filiação partidária, não pode ocupar uma função pública. Aí, é outro tipo de preconceito", disse, ao ser indagado sobre a participação de 14 legendas na base em Pernambuco e participação do PSB no governo federal do PT.

"Nós não podemos pensar que, só por ter uma filiação partidária, ela pode participar, mas também não podemos vetar o exercício democrático de uma pessoa que tem filiação partidária, de poder contribuir com uma gestão", completou. Campos lembrou que disputou o governo de Pernambuco com o secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Sérgio Xavier, que defendia a candidatura da ex-senadora Marina Silva (PSB-AC) em 2010 e que, depois das eleições, o convidou para a pasta. "Se eu não tivesse um governo que tivesse mudado as práticas políticas, que não tivesse inovado na vida do cidadão pernambucano, eu não teria 83% dos votos numa terra com tradição democrática", afirmou.

O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB ressaltou que, mesmo com a votação expressiva, considerou importantes as críticas feitas por Xavier e o procurou para ajudar a fazer "um governo melhor". "Fui buscar o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) para me ajudar também", completou. Vasconcelos também foi adversário de Campos na eleição ao governo estadual em 2010. O governador de Pernambuco e presidente nacional socialista se defendeu, por fim, dizendo que "não teria a melhor avaliação entre todos os governadores no sétimo ano de governo, depois de três anos na maior estiagem, se não tivesse honrado os compromissos de inovação que assumi com o povo pernambucano".


Marina também saiu em defesa de Campos. Disse que se ele fizesse uma gestão fisiológica, não seria tão bem aprovado pela população. "Quando falo que vamos fazer aliança programática, não significa governar sozinha. Nenhum partido tem condições de governar sozinho e nem é democrático", argumentou.

De acordo com ela, a posição que critica é de quando siglas fazem alianças "fora de um programa" comum. "Não significa governar sozinha, mas não poderá ser apenas distribuição do cargo pelo cargo", disse Marina, que completou: "Se ganharmos, queremos governar com os melhores do PT, os melhores do PMDB, os melhores do PSDB, porque essas pessoas existem em todos os partidos."

Segundo Marina, a atuação baseada em programa é a política feita em países maduros. "Não é erro, não é fisiologismo, muito pelo contrário. É isso que a gente precisa inaugurar no Brasil", disse a ex-senadora do PSB do Acre, que criticou o "andar torto de fazer primeiro a aliança e distribuir cargo", que, conforme ela, "não tem mais sustentação".

Divergências

Campos minimizou as diferenças que tem com Marina, ao ser perguntado, por exemplo, sobre posicionamentos diversos a respeito do uso de células-tronco em pesquisa. "Tive muito mais pontos de convergência com Marina. Claro que temos posições diversas, isso é positivo", afirmou ele, que disse ainda que os dois "já chegaram à convergência". Campos e Marina voltaram a criticar o sistema político atual. A ex-senadora do PSB ressaltou a necessidade de um novo modelo de desenvolvimento, com uma economia "diversificada" em que há espaço para a agropecuária "sustentável".


Pré-campanha

O governador de Pernambuco e presidente do PSB negou que a atuação conjunta com o grupo da Rede Sustentabilidade se trate de pré-campanha e reforçou que o encontro desta segunda-feira era apenas um "debate", feito no Dia do Funcionário Público, quando muitos não estariam trabalhando.

Palanques

O governador de Pernambuco negou que participe de discussão sobre os palanques estaduais e afirmou que a estratégia eleitoral ficará para 2014. "Vamos ter um documento de referência daqui para dezembro, fazer seminários regionais, vamos ter discussão nos Estados. Só depois disso vai vir o debate sobre a composição, a formação de chapas", afirmou.

Campos evitou responder sobre o posicionamento pessoal a respeito da divisão de palanques nos Estados, com composição de chapa com o PSDB, por exemplo. "Não estamos discutindo isso ainda. É natural que nos Estados haja esse debate, nós não estamos discutindo isso ainda. Depois desse debate do programa vamos fazer a estratégia eleitoral", disse.

A previsão do governador é concluir o debate das diretrizes da aliança até dezembro. "Estamos aqui com 120 voluntários do Brasil inteiro para sair um documento até dezembro, vamos fazer cinco grandes encontros regionais, para que nos primeiros meses de 2014 já tenhamos as diretrizes para o programa e até junho é nosso prazo", disse.

Perguntado sobre os pedidos de apoio feitos publicamente pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à campanha da presidente Dilma Rousseff e sobre a "máquina eleitoral" à disposição de quem está na administração federal, Campos respondeu: "Cada um faz o que pode fazer, do jeito que sabe fazer. Nós estamos fazendo desse jeito e acho que vai dar muito certo".

Acompanhe tudo sobre:Eduardo CamposGovernadoresPartidos políticosPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPSB – Partido Socialista Brasileiro

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua