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Campos busca raízes para fixar perfil nordestino

Pré-candidato do PSB inaugurou a nova sede da sigla em Crato, uma das principais cidades da região do Cariri, em Pernambuco


	Pré-candidato à Presidência pelo PSB em 2014, o ex-governador Eduardo Campos
 (REUTERS/Nacho Doce)

Pré-candidato à Presidência pelo PSB em 2014, o ex-governador Eduardo Campos (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 08h50.

Juazeiro do Norte, CE - Dona Almina, irmã do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes, esperava em casa a visita de um parente.

A poucas quadras dali, o sobrinho-neto e pré-candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, inaugurava a nova sede da sigla em Crato, uma das principais cidades da região do Cariri.

Além da volta às raízes, o passeio do presidenciável tem o objetivo estratégico de firmá-lo como o representante da Região Nordeste na eleição presidencial.

Durante o fim de semana que passou no Ceará, Campos visitou quatro cidades e dividiu o tempo entre compromissos políticos e familiares.

Aos 89 anos, Dona Almina acompanhou animada a maioria deles, mas fez questão de que ele desse uma passadinha na casa da família, onde Arraes viveu na juventude.

Embora tenha feito carreira política em Pernambuco, o avô de Campos nasceu em Araripe, próxima a Crato, para onde se mudou quando menino.

Foi nessas raízes familiares que Campos apostou para recuperar a força política que perdeu no Ceará após a saída dos irmãos Gomes do PSB no ano passado.

Ao migrarem para o PROS para apoiar a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição, o atual governador cearense, Cid Gomes, e seu irmão Ciro atraíram dezenas de deputados, prefeitos e vereadores que estavam no PSB.

O presidenciável também aproveitou a passagem pela região para fazer uma visita à estátua de Padre Cícero, programa considerado obrigatório na agenda de todo político em época de campanha.

Em 2010, no entanto, a sua pré-candidata a vice, Marina Silva, que disputava a Presidência pelo PV, foi a Juazeiro do Norte, mas não ao santuário. Alegou que era evangélica e que não iria fazer "proselitismo religioso" para se eleger.

Recepção

Campos desembarcou no Ceará no sábado à tarde e fez questão de começar o périplo pela cidade natal do avô.

Em Araripe, foi recepcionado no teatro que leva o nome de Arraes por parentes, políticos e populares. Durante a cerimônia, uma parente distante foi empossada presidente do PSB municipal.

Olga Maria Loyola admite que, mesmo na terra de Arraes, Campos ainda é bastante desconhecido, mas prometeu fazer campanha de porta em porta para mudar essa situação.

O comportamento dos eleitores da pequena Araripe, que tem pouco mais de 20 mil habitantes, pode ser visto como um exemplo do desafio que Campos terá no Nordeste.

No primeiro turno das eleições de 2010, Dilma obteve quase 85% dos votos no município, contra 12% de José Serra (PSDB). Marina foi a opção de pouco mais de 3% dos araripenses.

Consciente da vantagem da candidata petista na região, Campos repetiu em diversas ocasiões que Dilma abandonou o Nordeste e prometeu que, se for eleito, vai ser o presidente que mais vai fazer pelos nordestinos.

"O Nordeste não teve dela (Dilma) a atenção que deu a ela. Mas a gente sabe muito bem que o povo que bota é o mesmo que tira", afirmou Campos ontem durante almoço com lideranças do PSB.

As promessas do pré-candidato não ficaram somente na seara política. Acompanhado da mulher Renata e dos cinco filhos, Campos prometeu voltar a Crato em agosto, para a festa de 90 anos de Dona Almina.

A tia-avó retribuiu a gentileza. Disse que, se o sobrinho-neto for eleito presidente da República, vai a Brasília assistir à cerimônia de posse. "Se eu ainda estiver viva, não é mesmo?", brincou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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