(Governo do Estado de São Paulo/ Luis Blanco/Wikimedia Commons)
Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 18 de maio de 2024 às 09h00.
A provável candidatura do apresentador José Luiz Datena (PSDB) à prefeitura de São Paulo é vista de forma positiva pelas campanhas de Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), dois dos três nomes mais bem colocados nas últimas pesquisas.
A avaliação de figuras chaves dos dois pré-candidatos que conversaram reservadamente com a EXAME é que o apresentador pode roubar votos do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB). Apesar da avaliação, as campanhas veem que Datena, mais uma vez, desistirá de concorrer ao mandato.
"A presença dele vai dividir os votos da direita na cidade. O que consideramos positivo", disse um aliado de Boulos à EXAME.
No QG da Tabata, a decisão dos tucanos em lançar Datena já era um "risco calculado". Os aliados da deputada afirmam que pesquisam internas mostram que a eventual entrada do apresentador pode atrapalhar a vida de Nunes, por embaralhar os votos da direita.
A ida de Datena para o PSDB em abril foi vista como um arranjo para que os tucunos apoiassem a candidatura de Tabata Amaral e tivessem a vice da chapa. Mas, durante a filiação, o próprio apresentador não cravou qual seria o seu futuro, mas disse que gostaria de "caminhar" com a deputada federal nas eleições.
Já aliados de Nunes avaliam que o apresentador já teve "oportunidades melhores" de disputar uma eleição, e que o nome do Datena dificilmente estará nas urnas em outubro. O presidente do diretório municipal do MDB de São Paulo, Enrico Misasi, disse em nota enviada à EXAME, que o partido segue "empenhado na construção de uma verdadeira frente ampla contra a extrema esquerda na capital paulista" e espera que o PSDB se una à pre-candidatura de Nunes.
Na última quinta-feira, 16, o presidente do PSDB na cidade de São Paulo, José Aníbal, confirmou que o apresentador está "entusiasmado" para a disputa deste ano. Tucanos que conversaram com a EXAME avaliam que a possível entrada do Datena na disputa será uma "vacina" para um partido dividido entre apoiar Nunes e Tabata.
Apesar de avaliarem positivamente o nome de Tabata, membros chaves do partido veem que um eventual acordo com o PSB coloca o partido próximo de um espectro político diferente do que a sigla se propõe nos últimos anos, mais à centro-direita. "A indefinação está mais relacionada a decisão do Datena de ser candidato do que uma oposição dentro do partido ao seu nome".