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Campanha tem últimos dias de “aquecimento” pré-TV

Serão 15 programas ao longo de 35 dias, dez a menos que na eleição de 2014; programas deste ano têm orçamento mais enxuto

OUTDOOR DE JAIR BOLSONARO: candidato vai usar programas na TV para chamar eleitores para as redes sociais  / REUTERS/Ueslei Marcelino

OUTDOOR DE JAIR BOLSONARO: candidato vai usar programas na TV para chamar eleitores para as redes sociais / REUTERS/Ueslei Marcelino

EH

EXAME Hoje

Publicado em 27 de agosto de 2018 às 06h08.

Última atualização em 27 de agosto de 2018 às 06h51.

A corrida presidencial entra na última semana do que podemos chamar de aquecimento. A partir de sexta-feira começam os programas no rádio e na televisão, o que deve dar nova dinâmica à estratégia dos candidatos. A grande pergunta a ser respondida é a capacidade que a velha propaganda eleitoral ainda tem de influenciar na decisão de voto.

O maior beneficiado tende a ser Geraldo Alckmin, do PSDB, empacado nos 5% de intenção de voto, mas líder absoluto no tempo de exposição. Ele terá 5 minutos e 32 segundos de cada bloco de 12 minutos e 30 segundos, ante 8 segundos de Jair Bolsonaro, do PSL. Alckmin terá ainda 434 inserções de 30 segundos a serem veiculadas na programação das emissoras. Ontem, o tucano afirmou que a com a entrada em jogo da televisão é que vai efetivamente começar a campanha eleitoral.

Serão 15 programas ao longo de 35 dias, dez a menos que na eleição de 2014. Os programas deste ano têm orçamento mais enxuto, uma vez que esta é a primeira corrida presidencial em que estão proibidas doações de empresas. Alckmin aposta suas fichas numa arriscada estratégia de que, em pleno 2018, a eleição brasileira será decidida à moda antiga, quando não existiam redes sociais. Bolsonaro, na outra ponta, deve usar suas curtas aparições na TV para chamar os eleitores para as redes, onde já tem mais de 5 milhões de seguidores.

Os programas devem reforçar os ataques a Bolsonaro, líder da corrida nas pesquisas que excluem Lula, do PT. Sem tempo de resposta na TV, Bolsonaro precisará mostrar o tamanho da lealdade que conquistou de seus eleitores. A TV deve deixar mais clara a estratégia dos adversários. Henrique Meirelles (PMDB), deve esconder Michel Temer; Marina Silva (Rede), deve focar nas mulheres; Ciro Gomes (PDT), deve explicar propostas como a de limpar o nome de 60 milhões de brasileiros endividados; já o PT precisa apresentar Fernando Haddad.

Como nem só de propaganda eleitoral vive a televisão, os próximos dias também afunilam a campanha em debates, entrevistas e sabatinas. Começa hoje uma série de entrevistas no Jornal Nacional, com Ciro Gomes como primeiro convidado. O Estadão realiza uma série de entrevistas a partir de hoje. Não se sabe se Bolsonaro participará dos eventos.

Segundo pesquisa CNT/MDA, os debates são os meios de maior capacidade de influenciar votos para 34% dos eleitores, ante 20% que apontaram as propagandas na televisão, e apenas 7,7% que indicaram as redes sociais. Bolsonaro aposta no fato de que as pesquisas olham o passado e não captam o espírito do tempo da atual campanha. Alckmin aposta na campanha do século 20; seu desafio é mostrar que suas propostas estão antenadas com o século 21.

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