Brasil

Com campanha "incivilizada", Lula evita redutos de outros candidatos

Lula não acredita que a eleição deste ano seja mais difícil do que as outras cinco que disputou, entre 1989 e 2006

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (Victor Moriyama/Bloomberg/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 4 de maio de 2022 às 13h19.

Última atualização em 4 de maio de 2022 às 14h32.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta quarta-feira que a pré-campanha deste ano está "incivilizada", em relação a outras das quais participou, e que é preciso "respeitar" redutos de adversários políticos que eventualmente não lidem bem com a sua presença.

Ele rechaçou que a eleição deste ano seja mais difícil do que as outras cinco que disputou, entre 1989 e 2006, e criticou o presidente Jair Bolsonaro por "estimular o ódio" e viver "cercado de milicianos" por onde anda. A declaração foi feita durante entrevista à rádio "CBN" Campinas, cidade que ele deve visitar na quinta-feira para encontro com estudantes da Unicamp e aliados locais.

Revista Time traz Lula na capa: o que foi destaque na reportagem

Questionado sobre o que faria para conquistar o voto do eleitorado que não costuma votar no PT e defrontado com o caso de Ciro Gomes (PDT), que compareceu à Agrishow, maior feira de agronegócios do país, onde foi hostilizado por bolsonaristas, Lula declarou que quer conversar não apenas com quem já vota nele, mas com "todos os setores da sociedade". Ele disse esperar de Geraldo Alckmin, seu vice, ajuda a alcançar esse eleitorado.

"Eu já fui fazer campanha em tantos lugares adversos, que não tem lugar proibido para fazer campanha. A única coisa que eu tenho que respeitar é que tem outros candidatos, e alguns lugares podem ter eleitores dos outros candidatos, e esses eleitores poderão não gostar da nossa visita. Mas isso faz parte da política", afirmou.

VEJA TAMBÉM

O ex-presidente prometeu fazer uma campanha diferente de Bolsonaro. O presidente costuma dizer que a disputa eleitoral é uma luta "entre o bem e o mal" e chamar os adversários de "inimigos".

"É uma campanha mais incivilizada do que as outras, em que você tinha disputa, tinha briga com os adversários, mas era uma coisa dentro do campo da política, muito civilizada. A gente terminava um ato público, podia se encontrar em qualquer lugar e conversar como adversários, se respeitando. Com o atual presidente, é tudo muito difícil, porque ele é cercado de milicianos em quase todo o território nacional. Ele gosta de estimular o ódio, a briga, a provocação, que não faz parte do nosso diário na política.

Acompanhe tudo sobre:Eleições 2022Luiz Inácio Lula da Silva

Mais de Brasil

Censo 2022: Rocinha volta a ser considerada a maior favela do Brasil

Censo 2022: favelas de São Paulo ganharam quase um milhão de moradores nos últimos 12 anos

Pretos e pardos representam 72,9% dos moradores de favelas, indica Censo

Censo 2022: veja o ranking das 20 favelas mais populosas do Brasil