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Campanha de Haddad prepara ações contra Bolsonaro por incitação ao ódio

"Discurso de Bolsonaro foi pior do que o discurso de Hitler na Alemanha em situação semelhante antes da eleição", disse a presidente do PT, Gleisi Hoffmann

Jair Bolsonaro: "esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", diz o político em vídeo (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

Jair Bolsonaro: "esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", diz o político em vídeo (Andre Coelho/Bloomberg/Bloomberg)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de outubro de 2018 às 21h04.

Brasília - A campanha de Fernando Haddad (PT) prepara uma série de ações contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) por incitação à violência e ao ódio e apologia ao crime, devido a um vídeo divulgado ontem pelo capitão reformado. "Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria", diz Bolsonaro no vídeo.

Segundo o advogado da campanha petista, Eugênio Aragão, peças jurídicas estão sendo preparadas pela equipe para serem apresentadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à Comissão de Ética da Câmara e ao Supremo Tribunal Federal ou Procuradoria Geral de República, neste último caso a representação deverá ser criminal.

"Os atos que atribuímos a Jair Bolsonaro vão desde incitação e à apologia ao crime, mas rigorosamente, o que ele fez, por jurisprudência é um crime contra a humanidade que é incitar a perseguição de grupos", disse o advogado nesta segunda-feira, 22, em coletiva em Brasília.

No vídeo, Bolsonaro faz referências a Haddad e ao senador Lindbergh Farias (PT-RJ). A coligação de Haddad também pretende registrar uma peça que responsabilize Bolsonaro por possíveis atentados que Haddad ou Lindbergh Farias possam sofrer nos próximos dias, segundo advogado.

"Se acontecer qualquer coisa na rua com Lindbergh Farias ou Fernando Haddad, a responsabilidade é de Jair Bolsonaro", afirmou a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann.

A coligação também pretende tomar medidas em relação ao filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro. Em um outro vídeo, Eduardo afirma que para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), basta "um soldado e um cabo". O partido deve entrar com representação na Comissão de Ética da Câmara nesta terça-feira, 23, contra os dois deputados da família Bolsonaro.

A campanha de Fernando Haddad, juntamente com o escritório Aragão e Ferraro Advogados, entregou nesta tarde à Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) documento com informações sobre episódios que, para a coligação, podem interferir no segundo turno da eleição brasileira. Os advogados de Fernando Haddad também pediram atenção às declarações do candidato do PSL.

"Relatamos à OEA o que estamos vivendo nessas eleições. Entregamos cópia da ação que demos entrada no TSE", disse Gleisi. Ela reclamou da atuação dos órgãos brasileiros e disse achar grave o partido não ter conseguido as medidas cautelares que solicitou. "Fico muito preocupada com o posicionamento de nossos tribunais diante desses fatos graves de dizer que não tem o que fazer e que tem o 'tempo dos tribunais'. O tempo que tem de ser dado agora é o tempo de salvar a democracia brasileira. É isso que está em jogo", disse.

"O discurso de Bolsonaro foi pior do que o discurso de Hitler na Alemanha em uma situação semelhante antes da eleição", completou, voltando a citar o vídeo do candidato do PSL divulgado no domingo.

Ela afirmou que teme casos de violência na votação de domingo. "Podemos ter um domingo sangrento nessas eleições", disse. "Espero que as autoridades ajam para que a gente não assista isso no Brasil."

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