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Campanha de Boulos confia em histórico de viradas improváveis e busca indecisos para vencer em SP

Entorno do psolista se apoia na máxima de que o eleitor brasileiro deixa para decidir o voto na véspera da eleição

Guilherme Boulos, deputado federal, durante entrevista à EXAME (Leandro Fonseca/Exame)

Guilherme Boulos, deputado federal, durante entrevista à EXAME (Leandro Fonseca/Exame)

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André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 23 de outubro de 2024 às 20h23.

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A campanha do deputado Guilherme Boulos (PSOL) vê um cenário difícil, mas não impossível para uma virada nos últimos dias para chegar na vitória no segundo turno contra Ricardo Nunes (MDB) na disputa pela prefeitura de São Paulo. O entorno do psolista se apoia na máxima de que o eleitor brasileiro deixa para decidir o voto na véspera da eleição.

"Não é algo impossível uma virada na última semana. Tivemos exemplos recentes, com o Zema em Minas Geral e Witzel no Rio de Janeiro. Nenhuma pesquisa apontava uma vitória dos dois”, diz um membro do QG psolista. “O eleitor tem um histórico de decidir o voto aos 45 do segundo tempo."

Os levantamentos mais recentes, do Real Time Big Data, da Futura e do Paraná Pesquisas, divulgados entre esta terça-feira e quarta, 22 e 23 de outubro, apontam Nunes na liderança com uma diferença significativa em relação a Boulos.

Os aliados do candidato afirmam que pesquisas internas mostram um crescimento de cinco pontos percentuais do psolista desde o debate da TV Record, realizado no último sábado.

O crescimento ocorreu principalmente na zona sul, mas ainda existe uma dificuldade em parte da zona leste, colégios eleitorais em que Pablo Marçal (PRTB) venceu e Nunes ficou na segunda posição.

Membros da campanha dizem também que cerca de 20% dos eleitores ainda estão indecisos, o que explica a estratégia de uma caravana pela cidade nesta última semana. A ideia “simboliza a busca por indecisos”, afirma outro desses aliados.

O deputado está dormindo na casa de eleitores de todas as regiões da cidade e realizando agendas de rua e debates com a população. 

Além disso, no início da semana, o deputado divulgou uma carta de compromissos com a população da cidade, tentando emular a carta ao povo brasileiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.

A estratégia de criar fatos novos e atrair atenção nessa reta final é apontada por alguns analistas como uma repetição da estratégia de Marçal no primeiro turno.

Na opinião do entorno de Boulos, o “time que está atrás precisa ir para o ataque”. Nenhuma ação feita pela campanha, porém, seria comparável à “violência, à mentira e ao absurdo gerado por Marçal”.

Segundo a equipe de Nunes, Boulos foi condenado pela Justiça eleitoral por 28 vezes por “ataques pessoais contra o atual prefeito”, o que gerou pedidos de direito de resposta.

Desconstrução de Nunes

Questionado sobre o timing para a ampliação das críticas e ataques contra Nunes, o membro da campanha afirma que o primeiro turno foi focado em falar positivamente de Boulos.

No segundo turno, existia um planejamento para “desconstruir” Nunes logo nas primeiras semanas. Mas o apagão na cidade se impôs com tema da campanha e inverteu a ordem do que a campanha gostaria de fazer.

Nesta semana, a campanha de Boulos divulgou vídeos detalhando o suposto envolvimento de Nunes na chamada Máfia das Creches, investigação que apura desvios de recursos da prefeitura com creches conveniadas.

O planejamento do QG psolista é lançar novos vídeos até o fim da eleição para mostrar as “incoerências” do atual prefeito.

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