Caminhoneiros: após decisão de ministro, caminhoneiros podem fazer nova greve (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 09h50.
Última atualização em 10 de dezembro de 2018 às 09h52.
Rio de Janeiro — Após a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre fretes rodoviários, caminhoneiros organizaram diversos protestos nesta segunda-feira (10).
Bloqueios foram registrados em dois trechos da rodovia Presidente Dutra (BR-116) nos municípios de Barra Mansa e Porto Real, ambos no Rio de Janeiro, de acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal do Estado.
Em Barra Mansa, a manifestação começou por volta de 5h25 no km 274 da via, e veículos de carga eram obrigados a retornar no sentido de São Paulo, provocando aglomeração sobre a pista e com alguns veículos retidos, segundo a polícia. Em Porto Real, a interdição é no km 290, informou a PRF.
A Dutra é uma das principais e mais movimentadas estradas do país, já que liga as duas maiores cidades brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, atravessando regiões com grande concentração de indústrias.
Os protestos ocorrem após Fux ter concedido liminar impedindo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de multar transportadores que não seguirem os fretes rodoviários mínimos.
O tabelamento de fretes foi uma das medidas adotadas pelo governo na esteira da histórica greve de maio, que afetou a economia do país como um todo. O setor empresarial considera tal medida como inconstitucional.
Já durante a madrugada, um grupo de caminhoneiros ocupou a rotatória da Avenida Augusto Barata, que dá acesso ao Porto de Santos.
Conforme a Polícia Militar, que acompanha a mobilização, o protesto é contra a proibição de multas ao transportador que não seguir a tabela de fretes, estabelecida pelo governo federal após a greve dos caminhoneiros, em maio deste ano.
Os motoristas começaram a parar nos acessos aos terminais portuários no início da madrugada. Os caminhoneiros que chegavam com cargas eram abordados e convidados a aderir à manifestação, deixando de acessar os terminais de descarga.
Conforme a PM, a mobilização seguia pacífica no início da manhã. O número de caminhoneiros parados não foi estimado pela polícia, mas a administradora do Porto de Santos informou que o grupo tinha entre 15 e 20 pessoas.
Segundo a empresa, a manifestação teve início por volta das 3h30 e terminou às 7h20. O local foi liberado e o tráfego flui normalmente na região.
Há registros de protestos em Pindamonhangaba também.
Em reação à decisão tomada pelo ministro, grupos de caminhoneiros passaram a mobilizar, por WhatsApp, uma possível paralisação. O movimento ainda é incipiente e há dúvidas se vai se propagar.
Na semana passada, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) afirmou que poderia ficar mais difícil evitar uma nova paralisação da categoria após a liminar do STF.
Procurada para comentar o assunto, a Abcam não respondeu de imediato. A PRF também não respondeu a questionamento sobre a ocorrência de outros bloqueios no país.