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Caminhoneiro atropela e mata colega em protesto no RS

Caso ocorreu na manhã de hoje na via BR-392, no município de São Sepé, a 265 quilômetros do Porto Alegre; protestos de caminhoneiros continuam na região.

Polícia Federal fala com caminhoneiros durante protesto na BR-116, em Curitiba (REUTERS/Rododlfo Burher)

Polícia Federal fala com caminhoneiros durante protesto na BR-116, em Curitiba (REUTERS/Rododlfo Burher)

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Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2015 às 14h00.

São Paulo - Um caminhoneiro que furou o bloqueio de seus colegas em uma estrada do Sul do país atropelou e matou um dos manifestantes. O caso aconteceu neste sábado. Manifestantes mantêm interrompidas há 11 dias as principais vias do país, em protesto contra o aumento do preço do diesel, além de pedirem aumento no preço dos fretes.

O incidente, segundo a Polícia Rodoviária, ocorreu na manhã deste sábado na via BR-392, no município de São Sepé, a 265 quilômetros do Porto Alegre, onde prosseguem os protestos apesar do acordo entre o governo e transportadores.

A vítima, que morreu no local, foi identificada como Cléber Adriano Machado Ouriques, de 38 anos, enquanto o caminhoneiro responsável pelo atropelamento fugiu e é procurado pela polícia.

De acordo com as autoridades, o atropelamento ocorreu depois que o caminhoneiro não quis atender ao pedido dos colegas e acelerou seu veículo. Então, Ouriques e outros manifestantes decidiram segui-lo durante 10 quilômetros em um automóvel comum.

Após ultrapassar o caminhão, os manifestantes desceram do automóvel e ficaram no meio da via para que seu colega parasse, mas este não reduziu a velocidade e terminou atropelando Ouriques.

Na sexta-feira, a Via Dutra, a principal estrada entre São Paulo e Rio de Janeiro, foi bloqueada durante uma hora por caminhoneiros.

Perante os problemas de abastecimento que provocaram os bloqueios, o governo pediuu na quinta-feira que a Polícia Rodoviária aplique multas determinadas um dia antes pela Justiça e cujo propósito era liberar algumas estradas do país, dado o acordo entre as transportadoras e as autoridades.

Após mais de dez horas de negociações, o Executivo e representantes dos caminhoneiros acordaram um pacote de medidas que incluem a renegociação das dívidas do setor e o compromisso da Petrobras para não aumentar o preço do diesel nos próximos seis meses, entre outros pontos.

O governo se comprometeu igualmente a sancionar, sem vetos, a chamada Lei dos Caminhoneiros e a Justiça determinou, depois do acordo, a proibição de bloqueios nas estradas federais.

A citada lei, que estabelece regras e regula a profissão de caminhoneiro, foi aprovada em 11 de fevereiro pelo Congresso e espera agora a sanção 'integral' da presidente Dilma Rousseff, segundo apontou na quarta-feira o secretário-geral da presidência, Miguel Rossetto.

Além do compromisso para não elevar o preço do combustível, Rossetto assinalou que serão as próprias entidades do setor as encarregadas de elaborar a tabela que define o valor cobrado pelos fretes.

Da mesmo maneira, o ministro disse que o governo permitirá que os caminhões que transitem vazios ou com eixos suspensos não pagarão a tarifa do pedágio total aplicada atualmente.

No entanto, apesar do acordo, vários grupos de caminhoneiros, mobilizados por sua própria conta e sem a convocação dos grêmios, mantiveram neste sábado bloqueios em 24 estradas federais e 51 pontos de 27 vias no Rio Grande do Sul.

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