(Zeca Ribeiro/Agência Câmara)
Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2016 às 06h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h50.
A entrada do PMDB na disputa embaralhou ainda mais a eleição para a presidência da Câmara, considerada a mais pulverizada em 30 anos. Já são 14 candidatosO problema é que, na calculadora dos deputados, há duas corridas em aberto: a de hoje, e a de 2017. Como o próximo presidente vai ficar no cargo por apenas sete meses, muitos partidos preferem esperar pela chance de disputar um mandato cheio.
É o caso, por exemplo, do PSDB, que não vai lançar candidato hoje e se divide entre apoiar um nome de consenso do Planalto, ou embarcar de vez na canoa de Rodrigo Maia, do DEM, o mais ferrenho opositor a Eduardo Cunha — qualquer ligação com Cunha pode ser péssimo para as pretensões dos tucanos no médio prazo.
Também foi de olho no médio prazo que o PMDB decidiu lançar a candidatura do ex-ministro Marcelo Castro. Os 66 deputados do partido estavam preocupados com o avanço dos 13 partidos do chamado Centrão na definição de pautas do governo – o candidato do bloco é Rogério Rosso, do PSD. Se conseguir atrair parte dos 58 votos do PT, Castro, que votou contra o impeachment, deve ir ao segundo turno e, no mínimo, se consolida como candidato natural para 2017. Ou não.
Nenhum outro partido ficaria satisfeito de ver o PMDB comandando o Senado, a Câmara e a presidência da República (o que aconteceria com a eleição de Castro). Sua vitória, portanto, poderia levar o Planalto a uma nova onda de articulações para afagar os aliados de olho em 2017. Manter o PMDB unido, não perder o Centrão, segurar DEM e PSDB na base de apoio, enfraquecer o PT, se afastar de Cunha (pelo menos publicamente). Para o Planalto, tudo isso está em jogo na votação de hoje.