Câmara: a votação não pôde ser encerrada e, portanto, o projeto ainda não pode seguir para sanção presidencial (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 24 de outubro de 2016 às 23h03.
Brasília - A Câmara dos Deputados não concluiu a votação do projeto de lei que muda as regras de exploração do pré-sal.
O plenário rejeitou diversos destaques apresentados à proposta, mantendo o texto original, que retira da Petrobras a obrigação de ter que investir nos campos do pré-sal, mas ainda resta uma emenda a ser apreciada.
Pouco depois das 22 horas desta segunda-feira (24), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu encerrar a votação.
O último destaque a ser apreciado, de autoria da bancada do PT, manteria a obrigação da Petrobras operar todos os blocos do pré-sal.
Com isso, a votação não pôde ser encerrada e, portanto, o projeto ainda não pode seguir para sanção presidencial.
Maia encerrou a votação porque oferece, nesta noite, um coquetel aos parlamentares da base governista e ao presidente Michel Temer.
O evento foi organizado às vésperas da votação em segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Teto, que limita o crescimento dos gastos da União, marcada para amanhã (25).
O presidente da Câmara disse que pretende concluir a votação do projeto do pré-sal logo após a votação da PEC, ainda na terça-feira (25).
Durante a votação, o PSOL apresentou destaque ao projeto de lei para tentar manter a Petrobras como operadora única do pré-sal, mas a proposta foi rejeitada por votação simbólica.
Também foi derrubada emenda que tornaria obrigatória a exploração, pela Petrobras, de blocos no pré-sal com estimativa de volume de óleo equivalente acima de 1 bilhão de barris.
Além disso, o plenário votou contra emenda que condicionaria a vigência da nova lei do pré-sal à realização de um referendo popular. Essas duas emendas foram rejeitadas por 263 votos a 85.
O texto principal do projeto de lei foi no dia 5 de outubro, por 292 votos a favor, 101 contra e uma abstenção.
O projeto, que conta com o apoio da atual diretoria da Petrobras e do governo, prevê que a estatal tenha o direito de escolher em quais campos de petróleo do pré-sal deverá investir.
Pela legislação atual, a Petrobras atua como operadora única dos campos de pré-sal, com uma participação mínima de 30% nos consórcios.
Com a aprovação da nova lei, a empresa passará a ter o direito de abrir mão de campos que não julgar interessantes economicamente.
A proposta foi apresentada pelo senador licenciado e atual ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP).