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Câmara fica em compasso de espera pela 2º denúncia contra Temer

O presidente foi denunciado mais uma vez pela Procuradoria-Geral da União (PGR) - desta vez, por organização criminosa e obstrução de Justiça

Temer: o pedido de abertura de processo precisa ser aprovado por 342 votos (Paulo Whitaker/Reuters)

Temer: o pedido de abertura de processo precisa ser aprovado por 342 votos (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 19h11.

Brasília - A Câmara dos Deputados está em compasso de espera pela chegada da segunda denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer, o que pode acontecer no final desta semana.

Enquanto o pedido não for despachado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, líderes preferem não fazer uma previsão de quando o tema será votado no plenário da Casa.

A expectativa da semana é pelo julgamento na quarta-feira, 20, do pedido de suspensão da nova denúncia por organização criminosa e obstrução de Justiça.

A tendência do STF é dar aval a Fachin para remeter a acusação formal contra Temer à Câmara.

Se o ministro encaminhar a denúncia na quinta-feira, 21, o pedido já começará a tramitar no mesmo dia, a partir da leitura da peça acusatória no plenário, notificação do presidente da República e envio simultâneo da denúncia à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), primeiro colegiado a apreciar o pedido.

Presidente da Câmara e atualmente no exercício da função de presidente da República, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) preferiu adotar um tom de cautela ao falar sobre o calendário de apreciação da denúncia.

"Ainda não saiu do Supremo, precisa esperar", disse à reportagem.

Enquanto a denúncia não chega, a ordem é dar vazão a pauta e votar nesta semana a Reforma Política.

Tomando como base a tramitação da primeira denúncia (que foi enterrada pelo plenário da Câmara no início de agosto), o novo processo na CCJ deve se arrastar por pelo menos duas semanas.

Na comissão, a defesa de Temer terá até 10 sessões para se manifestar.

Assim que os advogados de Temer formalizarem a defesa, o colegiado terá mais cinco sessões para votar o pedido da PGR.

Só depois da análise da CCJ, o parecer aprovado no colegiado será lido em plenário, publicado no Diário Oficial e colocado em pauta.

No plenário, o pedido de abertura de processo contra Temer precisa ser aprovado por 342 votos.

A primeira denúncia chegou na Câmara em 29 de junho, teve sua apreciação concluída em 13 de julho e foi votada no plenário em 2 de agosto, no retorno do recesso parlamentar de meio de ano.

Nas contas de técnicos da Casa, se Fachin confirmar o envio da segunda denúncia ainda esta semana, o novo pedido poderá estar apto para votação do plenário na semana que antecede o feriado de 12 de outubro.

Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP), disse que vai começar a "medir a temperatura" da denúncia entre os colegas nos próximos dias.

Ele e os aliados do governo passaram os últimos dias repetindo o discurso de que a nova denúncia é mais fraca e que será derrotada mais facilmente que a primeira. Mansur defende celeridade no processo de tramitação do novo pedido da PGR.

"Acho que tem que matar esse assunto logo", declarou.

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