Brasil

Câmara de SP dá aval à cassação de Camilo Cristófaro por fala racista

Vereador foi flagrado utilizando uma expressão preconceituosa durante a CPI dos Aplicativos

Camilo Cristófaro é vereador pelo Avante (Afonso Braga/Flickr)

Camilo Cristófaro é vereador pelo Avante (Afonso Braga/Flickr)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 24 de agosto de 2023 às 17h31.

Última atualização em 24 de agosto de 2023 às 17h49.

A Corregedoria da Câmara Municipal de São Paulo decidiu nesta quinta-feira, 24, pela cassação do mandato do vereador Camilo Cristófaro (Avante), em razão de ele ter proferido uma frase racista durante a CPI dos Aplicativos, em maio do ano passado. Agora, o caso será enviado ao plenário da Câmara, que deve decidir o futuro do parlamentar na próxima semana.

Na Corregedoria, o parecer do relator, vereador Marlon Luiz (MDB) foi aprovado por cinco votos a favor, com uma abstenção. Além de Marlon Luz, votaram favoravelmente Alessandro Guedes (PT), Aurélio Nomura (PSDB), Danilo do Posto (Podemos) e Sílvia da Bancada Feminista (PSOL). O vereador Sansão Pereira (Republicanos) foi quem se absteve.

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

"Sou favorável sim a uma penalidade, mas não à cassação", afirmou ele, após dizer que é contrário ao racismo". Para Sansão uma punição de suspensão seria mais adequada.

A representação se deu após Camilo Cristófaro, na época ainda no PSB, ser flagrado utilizando uma expressão racista na CPI dos Aplicativos. Em áudio vazado, ele disse:

"Olha só, lavando a calçada. Isso é coisa de preto". O episódio aconteceu em maio de 2022. Por causa do episódio, ele foi desfiliado do PSB. Um dia depois, ele pediu desculpas. "Eu peço desculpas a toda população negra por esse episódio que destrói toda minha construção política na busca de garantia à cidadania dos paulistanos, principalmente aos que têm suas portas de acesso ao direito diminuída pelo racismo estrutural. Apesar de ter tido uma fala racista, em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso", afirmou na ocasião.

Na Justiça, porém, Camilo Cristófaro acabou vendo seu caso ser arquivado. O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares, da 17ª Vara Criminal de São Paulo, rejeitou denúncia argumentando que a fala do parlamentar poderia sim ser considerada discriminatória, mas foi dita 'sem a vontade de discriminar'. Segundo Soares, a frase 'foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação'.

Acompanhe tudo sobre:Câmaras municipaisVereadoresRacismo

Mais de Brasil

Enem 2024: quem faltou no primeiro dia pode fazer a segunda prova?

Quais as regras para transportar animais no carro? Veja o que diz a lei

Eleições municipais revelaram que o povo não quer radicalização, diz Temer

Quais matérias vão cair no segundo dia do Enem 2024?