Brasil

Câmara de SP aprova privatização do Anhembi em 1º turno

Para aprovação, Doria cedeu à pressão da bancada religiosa e incluiu artigo que reserva o sambódromo 75 dias por ano para carnaval e eventos religiosos

Foram 37 votos a favor e 9 contra o projeto, que deverá ser votado em segundo turno em outubro (João Doria/Divulgação)

Foram 37 votos a favor e 9 contra o projeto, que deverá ser votado em segundo turno em outubro (João Doria/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 09h07.

São Paulo - Os vereadores de São Paulo aprovaram nesta quarta-feira, 27, em 1º turno, a privatização do Anhembi, que será feita por meio da venda das ações da São Paulo Turismo (SPTuris), empresa de eventos da Prefeitura que administra o sambódromo e os pavilhões do complexo na zona norte da capital, na Bolsa de Valores.

Foram 37 votos a favor e 9 contra o projeto, que deverá ser votado em segundo turno em outubro, antes de ir para a sanção do prefeito João Doria (PSDB).

Para conseguir aprovar o projeto, o prefeito cedeu à pressão da bancada religiosa na Câmara Municipal e incluiu no texto um artigo que reserva o sambódromo 75 dias por ano para o carnaval e eventos religiosos, entre outros.

O projeto original definia que o futuro dono do Anhembi teria de ceder gratuitamente o sambódromo à Prefeitura 60 dias por ano para ensaios e desfiles das escolas de samba. Agora, a ideia é de que fiquem 45 dias disponíveis para o carnaval e 30 para eventos religiosos.

"Apesar de o sambódromo ter sido construído para o samba, entendemos que o turismo religioso também é importante para a cidade", defendeu o líder do governo na Câmara, Aurélio Nomura (PSDB). Na sexta-feira, 29, a Câmara fará audiência pública para debater essa privatização.

Também a pedido da chamada bancada cristã, que reúne 17 vereadores evangélicos e católicos, o projeto aprovado permite que o uso do sambódromo para eventos religiosos poderá ser substituído pelo uso de auditórios ou salões de eventos do Anhembi, com capacidade mínima para 800 pessoas.

Na prática, o futuro dono terá de ceder ou alugar os espaços à Prefeitura, que fará então a cessão às igrejas. Segundo o presidente da Câmara, Milton Leite (DEM), ainda serão feitos ajustes no projeto a para garantir que vereadores possam continuar usando dinheiro da emenda parlamentar para financiar eventos no local, como é hoje.

Também foi incluído artigo dizendo que as atividades hoje feitas pela SPTuris serão exercidas pela Secretaria do Turismo ou por nova empresa pública que será criada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:João Doria JúniorPrivatizaçãosao-paulo

Mais de Brasil

Alesp aprova proibição de celulares em escolas públicas e privadas de SP

Geração está aprendendo menos por causa do celular, diz autora do PL que proíbe aparelhos em escolas

Após cinco anos, Brasil recupera certificado de eliminação do sarampo

Bastidor: queda na popularidade pressiona Lula por reforma ministerial e “cavalo de pau do governo”