Brasil

Câmara aprova texto-base da MP que cria o Auxílio Brasil

Substituto do Bolsa Família começou a ser pago em 17 de novembro, mas a medida provisória precisa ser aprovada pelo Congresso para programa virar lei

Câmara dos Deputados, em Brasília (Agência Câmara/Agência Câmara)

Câmara dos Deputados, em Brasília (Agência Câmara/Agência Câmara)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 25 de novembro de 2021 às 15h15.

Última atualização em 25 de novembro de 2021 às 15h20.

O plenário da Câmara aprovou nesta quinta-feira, 25, o texto-base da Medida Provisória (MP) que cria o programa de transferência de renda Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família. O placar foi de 344 votos favoráveis e nenhum contrário. Os deputados discutem agora os destaques, que são sugestões de mudança no texto-base aprovado. Em seguida, a matéria vai ao Senado.

Os pagamentos do novo benefício começaram a ser feitos em 17 de novembro. O ticket médio, antes de 189 reais, agora é de 217,18 reais. A intenção do governo é aumentar o auxílio para 400 reais, mas, para isso, conta com a aprovação da PEC dos Precatórios.

Em tramitação no Senado, a PEC abre um espaço de mais de 100 bilhões de reais no Orçamento, ao postergar o pagamento de dívidas da União e mudar a forma de correção do teto de gastos. A proposta já foi aprovada pela Câmara. O relator na CCJ do Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), anunciou que o programa será permanente.

O relator da MP do Auxílio Brasil na Câmara, deputado Marcelo Aro (PP-MG), fez algumas mudanças em relação ao texto enviado pelo governo, como a definição de que não haverá mais o limite de cinco beneficiários por família. Além disso, o benefício poderá ser sacado em dinheiro em agências lotéricas.

Em uma versão anterior do parecer, Aro havia definido o reajuste automático anual do benefício pela inflação. Mas, depois de pressão do governo, o deputado retirou a mudança. A MP foi enviada pelo governo em agosto e precisa ser aprovada pelo Congresso até 7 de dezembro para não perder a validade. 

O relator também estabeleceu no texto que não haverá fila de espera para ingressar no programa. Hoje, o governo não é obrigado a incluir todas as famílias que atendam os critérios e há uma fila de cerca de 1,2 milhão de cadastros, pela falta de verbas para incluí-las.

Critérios

Para fazer parte do novo programa, é preciso se encaixar em situação de pobreza -- famílias com renda per capita de até 210 reais, pelo novo texto -- ou extrema pobreza -- as que recebem até 105 reais por pessoa. Houve uma atualização em relação ao Bolsa Família, que considerava extrema pobreza até 89 reais e pobreza até 178 reais.

Famílias em situação de pobreza só poderão receber o auxílio se tiverem na composição gestantes, mães que amamentam ou pessoas com até 21 anos incompletos. 

Embora tenha sido apresentado como solução após o fim do Auxílio Emergencial, o Auxílio Brasil tem público diferente do benefício criado durante a pandemia de covid-19 e atende menos pessoas. Em outubro, 34,4 milhões de famílias receberam o Auxílio Emergencial. O Auxílio Brasil atende 14,6 milhões, e o governo pretende ampliar para 17 milhões.

Beneficiários do Bolsa Família recebem o Auxílio Brasil automaticamente. Quem está no CadÚnico, mas não recebia o Bolsa Família, vai para a lista de reserva. Pessoas que não têm cadastro e estão dentro dos critérios para receber o benefício devem procurar um Centro de Referência de Assistência Social (Cras) para se registrarem.

Não precisa entrar novamente no CadÚnico quem já tem cadastro atualizado há menos de dois anos e não tem mudanças para incluir, como endereço, renda ou informações da família. O Ministério da Cidadania selecionará os novos beneficiários todos os meses, com base no CadÚnico.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio BrasilBolsa famíliaCâmara dos DeputadosGoverno Bolsonaro

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP