Brasil

Calheiros marcou para dia 15 decisão sobre CPI

Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, em votação simbólica, a proposta de se instalar a CPI "ampliada" da Petrobras

Sob protestos da oposição, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) favorável a uma CPI da Petrobras ampla (Lia de Paula/Agência Senado)

Sob protestos da oposição, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou relatório do senador Romero Jucá (PMDB-RR) favorável a uma CPI da Petrobras ampla (Lia de Paula/Agência Senado)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2014 às 19h11.

Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcou para a próxima terça-feira, 15, a decisão sobre o futuro da CPI da Petrobras. Na manhã desta quarta-feira, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, em votação simbólica, a proposta de se instalar a CPI "ampliada" da Petrobras.

Os oposicionistas fizeram questão de não participar da votação do parecer do senador Romero Jucá (PMDB-RR), favorável a investigar a estatal e ao mesmo tempo casos que envolvem o PSDB de Aécio Neves e o PSB de Eduardo Campos.

Desde ontem, quando iniciou a discussão na CCJ, os oposicionistas criticam a ação da base aliada de não permitir a instalação da CPI do Senado para investigar exclusivamente as suspeitas sobre a Petrobras.

O principal foco da oposição era investigar a compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou, a presidente Dilma Rousseff, que na ocasião presidia o Conselho de Administração da Petrobras, votou a favor da operação se embasando em um resumo falho e incompleto.

Em reação, os governistas apresentaram na semana passada a ideia de uma CPI "combo", para investigar Petrobras e também irregularidades no Metrô de São Paulo e do Distrito Federal, além do Porto de Suape, em Pernambuco. Sem querer arcar com o ônus de barrar a CPI, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou sua a decisão para ser analisada pela CCJ.

Na sessão de hoje da CCJ, o debate entre base e oposição foi acalorado. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), defendeu a proposta de se incluir outros assuntos no requerimento de criação da CPI da Petrobras. "O que estamos travando aqui é um debate eminentemente político. A oposição quer fazer uma CPI da Petrobras para transformar um palanque. Vamos para a CPI, mas vamos investigar tudo", afirmou.


O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), chamou a CPI proposta pela base aliada de "chapa branca" e "diversionista". O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que a base aliada, maioria no Senado, não está respeitando o direito das minorias. "O que se está fazendo aqui é, na prática, um estupro ao que diz a Constituição", criticou Randolfe.

STF

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) anunciou durante a sessão que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para impedir que o Senado instale a CPI da Petrobras proposta pela oposição. Adotando a mesma tática dos oposicionistas, que entraram com mandado de segurança questionando a CPI "ampliada" da base aliada, Gleisi disse que é preciso ter coerência.

"Quero dizer a esta comissão que, assim como a oposição, apresentaremos também um mandado de segurança ao Supremo Tribunal Federal com base nos mesmos argumentos para que se conceda uma liminar para que se suspenda a instalação da CPI por não atendimento da determinação e conexão dos fatos", afirmou.

A afirmação de Gleisi deu início a um bate-boca com Aloysio Nunes, que disse à senadora que ela "está no mundo da lua". "A senhora não quer CPI e ponto final", disse o tucano em reação à afirmação da petista de que "falta coerência à oposição". Gleisi rebateu dizendo que os tucanos têm que explicar os motivos pelos quais não permitiam a criação de CPIs durante o governo Fernando Henrique Cardoso.

Ex-ministra da Casa Civil de Dilma, Gleisi tem tomado a frente na defesa dos interesses do governo. Na semana passada, após a oposição protocolar o requerimento que pede a instalação de uma CPI exclusiva da Petrobras, a senadora colocou uma questão de ordem, alegando que os objetos propostos são desconexos e, portanto, a comissão seria inconstitucional. São quatro os objetos propostos nessa CPI, todos referentes à estatal. A oposição, que entrou com recurso ontem no Supremo, espera uma decisão favorável para instalar a CPI que tratará apenas da estatal.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRenan CalheirosSenado

Mais de Brasil

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua

STF forma maioria para manter prisão de Robinho