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Calculadora na mão: a maratona petista no segundo turno

Campanha de Haddad pretende concentrar propostas em economia, educação e segurança. Candidato petista está 16 pontos atrás de Jair Bolsonaro

Fernando Haddad: a busca do PT é pelo voto de cerca de 15 milhões de eleitores que migraram para Bolsonaro nos últimos dias do primeiro turno

Fernando Haddad: a busca do PT é pelo voto de cerca de 15 milhões de eleitores que migraram para Bolsonaro nos últimos dias do primeiro turno

DR

Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 06h52.

Última atualização em 11 de outubro de 2018 às 07h10.

O Datafolha divulgado ontem, mostrando liderança de 58% a 42% a favor de Jair Bolsonaro (PSL), deve fazer a campanha de Fernando Haddad (PT), acelerar ainda mais o ritmo a partir desta quinta-feira. A ordem no Partido dos Trabalhadores é suavizar o tom nas propostas e na imagem da campanha — Haddad mudou o logo para verde e amarelo e até cortou o cabelo — e ao mesmo tempo intensificar as críticas ao adversário.

A busca é pelo voto de cerca de 15 milhões de eleitores que migraram para Bolsonaro nos últimos dias do primeiro turno, antecipando, na visão de analistas políticos, o voto útil que tradicionalmente é feito apenas no segundo turno. Este movimento, para a campanha petista, pode trazer ao segundo turno uma dinâmica diferente das eleições anteriores. A tarefa é hercúlea.

Em 2014, o PT conseguiu uma virada em relação ao primeiro Datafolha do segundo turno, que mostrou liderança de Aécio Neves em votos úteis de 51% a 49%. Nas urnas, Dilma fez 52% dos votos — ou seja, a campanha petista fez 6% dos eleitores mudarem de lado. Desta vez, porém, seriam necessários migração de 16% dos eleitores segundo o Datafolha. Melhor, para o PT, olhar para 2006, quando Lula conseguiu tirar 2 milhões de votos de Geraldo Alckmin do primeiro para o segundo turno.

Mas a divisão do eleitorado e a força de Jair Bolsonaro dificultam comparações. Nos 17 dias finais de campanha, a estratégia petista será concentrar-se na pauta econômica, mostrando as contradições de Jair Bolsonaro e seus aliados em temas como o Bolsa Família e o 13o salário. Em outra frente, o partido deve apresentar propostas para duas áreas que considera estar em desvantagem: educação e segurança. Na educação, tentará ressaltar o histórico de Haddad como ministro, e desfazer rumores como de que implantaria uma cartilha com orientação de gênero nas escolas. Na segurança, mostrar pautas concretas de redução da criminalidade sem adoção de medidas violentas.

Segundo o Datafolha de ontem, 6% dos eleitores estão indecisos e 8% pretendem anular ou votar em branco. A diferença de Haddad para Bolsonaro, vale ressaltar, é de abissais 16 pontos percentuais.

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