Caiuxa: "Caixa é o banco escolhido pelos parlamentares para colocar suas emendas, então a gente tem que ter respeito pela destinação dos recursos desses parlamentares"
Agência de notícias
Publicado em 18 de dezembro de 2023 às 07h20.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou neste domingo, 17, que o banco público irá reduzir de 350 para 90 dias o tempo de liberação das emendas parlamentares. Ele se referia a um projeto de lei aprovado recentemente no Congresso e disse não fazer distinção ao atender parlamentares de diferentes partidos.
"A Caixa é o banco escolhido pelos parlamentares para colocar suas emendas, então a gente tem que ter respeito pela destinação dos recursos desses parlamentares", afirmou em entrevista ao programa Canal Livre da BandNews TV. "Recebo de forma republicana qualquer parlamentar", acrescentou.
O presidente do banco ainda elogiou a contribuição do Legislativo para aprovação de importantes pautas econômicas nos últimos anos e citou como exemplo a aprovação da Reforma Tributária.
Vieira reconheceu que a adesão ao Desenrola está aquém do esperado e sinalizou que o governo deve revisar alguns pontos da estrutura do programa, como prazos, acesso e parâmetros de entrada. Ainda assim, em entrevista à Band News TV, Vieira explicou que a iniciativa já negociou R$ 6 bilhões em dívida.
O chefe do banco estatal comparou o projeto de renegociação de dívidas com o processo também de renegociação do Fies, voltado ao crédito universitário e que apresenta maior sucesso, de acordo com ele. "Fies está indo melhor que o Desenrola, precisamos facilitar o acesso ao Desenrola". Juntos, os dois programas já mobilizam R$ 11 bilhões em renegociações, conforme Vieira. "Temos mais a fazer, mas esses dois programas trazem a oportunidade de regularização do brasileiro", disse ele.
Vieira lembrou ainda que, no último dia 22 de novembro, a Caixa fez uma trabalho para ampliar a visibilidade do Desenrola, mas admitiu que ainda falta uma atuação mais ampla para estimular a adesão. No início da semana, o governo federal editou Medida Provisória que prorroga a duração do programa até 31 de março de 2024, mas só para a faixa 1, que conta com aval do Fundo de Garantia das Operações (FGO) do governo federal e vale para dívidas de até R$ 5 mil de pessoas que recebem até dois salários mínimos ou que estejam inscritas no Cadastro Único dos Programas Sociais Federais. Para facilitar o acesso, a MP também revogou um trecho da Lei do Desenrola, eliminando a exigência de níveis de certificação digital ouro ou prata no portal gov.br para devedores entrarem na plataforma digital do programa.
Empossado em novembro, sob indicação do Centrão, Vieira garantiu ter recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberdade para comandar a instituição bancária. Segundo ele, a empresa "está muito bem" no aspecto social, mas precisa melhorar na parte mercadológica. A ideia dele é fazer uma "virada" no setor de tecnologia, no qual já foram realizados experimentos de inteligência artificial.
Carlos Vieira ainda projetou que a Selic será a reduzida a 9,5% até o final do ano que vem, em um movimento que deve ampliar a capacidade de expansão de crédito e baixar o juro da casa própria.
Segundo ele, a inadimplência no Brasil está em baixa e o País enfrenta um estoque de crédito de má qualidade pequeno. "Esse viés de queda da Selic vai permitir que a expansão de crédito ocorra de forma mais acelerada", disse.
Vieira informou ainda que o banco estatal contribuirá com o retrofit de imóveis em Belém, para a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em 2025. De acordo com ele, a empresa também dispõe de um programa voltado à urbanização de favelas. "Hoje se fazem conjuntos habitacionais com novas tecnologias, (ação) ligada ao Ministério das Cidades", comentou.