Papa Francisco sorri durante cortejo: organizadores consideraram ser difícil fazer comparações entre as duas edições da Jornada Mundial da Juventude (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2013 às 14h37.
Rio de Janeiro - A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) 2013, no Rio de Janeiro, teve até agora 355 mil inscritos, 125 mil a menos que a edição de 2011, ocorrida em Madri, número que no entanto, segundo a organização, não representa uma diminuição do evento.
Em entrevista coletiva concedida no Forte de Copacabana para a divulgação de números da JMJ 2013, a diretora de Inscrições, Irmã Shaiane Machado, e o diretor do Departamento de Comunicação, Benjamin Paz, consideraram ser difícil fazer comparações entre as duas edições da jornada. A diretora de Hospedagem, Irmã Graça Maria, também esteve presente.
"Pela cultura do Brasil, muitos peregrinam sem agendamento prévio, o que para nós seria a inscrição. Muitos brasileiros vieram, não oficializaram inscrição e deixaram para oficializar aqui. Outros vieram já com local para ficar e não se inscreveram", disse Irmã Shaiane.
"É muito difícil comparar (edições de Madri e Rio). São continentes diferentes, realidades diferentes. Temos que destacar o mais importante: a alegria e espontaneidade latina, que é o que caracteriza e torna essa jornada única", salientou a diretora de Inscrições, cujo discurso foi reforçado por Paz.
"Cada jornada tem características que a torna única. Acredito que será um momento especial que irá muito além do número de participantes", opinou.
De acordo com Irmã Shaiane, mas de 355 mil pessoas já se inscreveram na JMJ. Dessas, 220 mil são brasileiras. A Argentina, que segundo ela já tinha muitos inscritos mesmo antes da escolha do papa Francisco, é a segunda nessa lista, com 23 mil. Em seguida, aparecem Estados Unidos (10,8 mil), Chile (9,2 mil), Itália (7706) e Venezuela (6653).
O evento tem mais mulheres, que representam 56% dos cadastrados. Os jovens entre 14 e 25 anos são maioria (75%), enquanto 10% dos participantes têm mais de 45 anos.
Na opinião da organização, os custos com alimentação e transporte no Rio de Janeiro e os protestos que vêm acontecendo no país não podem ser apontados como fatores que impediram que o número de inscritos fosse maior.
"A jornada acredita que todas as pessoas devem expressar o que pensam, desde que façam isso com respeito. O papa Francisco inclusive convida todos para o compromisso social. Não acreditamos que isso tenha influenciado na participação", afirmou Paz.
A JMJ disponibilizou 355 mil vagas de hospedagem para os peregrinos, sendo 127 mil em residências de famílias e 228 mil em colégios, clubes e outras instituições.
Ao todo, 132.077 jovens solicitaram, no momento da inscrição, um lugar para ficar. Alguns deles, principalmente os que foram alocados em cidades da Baixada Fluminense, reclamaram das longas distâncias a serem percorridas para participarem do maior número de eventos possível dentro da jornada.
"Nosso desafio foi sempre fazer com que a mobilidade seja pequena de manhã, então a catequese sempre acontece próxima de onde se está hospedado. Mais de 30 minutos já é dificuldades para alguns, que não estão acostumados. Não chegou até mim esse tipo de notícia (reclamações), mas sabemos das dificuldades", declarou Irmã Graça Maria, que explicou como é feito o deslocamento de quem está na Baixada.
"Temos equipes nos aeroportos e na rodoviária para auxiliar os peregrinos. Há uma van do aeroporto que leva à estação de metrô Del Castilho. De lá, eles se deslocam para estação com transferência para trem", afirmou.