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Cadê o verão? Previsão do tempo indica que calor tradicional de janeiro está voltando

Um enfraquecimento do fenômeno La Niña, que favorece a chegada de massas de ar mais frio, principalmente, nas regiões Sul e Sudeste, deve elevar as temperaturas

Calor: na primeira semana de janeiro ocorreu a primeira geada de 2023 no Sul do Brasil (Levente Bodo/Getty Images)

Calor: na primeira semana de janeiro ocorreu a primeira geada de 2023 no Sul do Brasil (Levente Bodo/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 10 de janeiro de 2023 às 14h21.

Foi logo na primeira semana de janeiro, pleno verão, que ocorreu a primeira geada de 2023 no Sul do Brasil. Em São Joaquim (SC), no Vale dos Caminhos da Neve, os campos ficaram recobertos de gelo, sendo possível raspar o orvalho congelado na relva das gramíneas e plantas rasteiras, conforme informou o Climatempo na última quinta-feira.

E ainda, em Bom Jardim da Serra (SC), termômetros registraram a primeira temperatura negativa do ano, - 0,5  graus. Mesmo localidades mais quentes, como o Rio de Janeiro, têm registrado temperaturas mais baixas do que a média para esta época.

O que explica essa mudança, segundo o meteorologista César Soares, do Climatempo, é o fenômeno La Niña, quando há resfriamento das águas do Pacífico Equatorial. Tal condição favorece o desprendimento de massas de ar mais frio que alcança de forma tardia, principalmente, as regiões Sul e Sudeste do país.

No Rio, não fazia tanto frio num dia de janeiro desde o ano de 2012, na mesma condição que vemos para o estado de São Paulo. Isso tudo está associado à zona de convergência do Atlântico Sul (ZACAS), que são aqueles corredores de umidade que vêm da região da Amazônia e chegam aqui na região Sudeste do Brasil. Por isso, esse excesso de nebulosidade está garantindo as temperaturas mais baixas, explica ele.

De acordo com o portal MetSul, 2023 é o terceiro ano consecutivo que o La Niña é observado em janeiro.

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Quando volta a esquentar?

A previsão meteorológica indica que o calor volta a partir da segunda quinzena de janeiro. De acordo com Soares, a próxima quarta-feira já deve trazer temperaturas mais altas. Ele explica que isso se dá devido ao enfraquecimento do La Niña, que vinha sendo responsável por causar nebulosidade e sensação atípica de frio para esta estação do ano em algumas áreas. Com isso, é retomada uma "condição de verão tradicional", segundo o meteorologista.

A partir da segunda quinzena de janeiro, a gente vai ter calor, pancadas de chuva de final de tarde, temperaturas subindo e bastante sol também, acrescentou Soares. As pessoas de maneira geral podem ficar despreocupadas que elas vão poder guardar as mantas e os casacos. A partir de quarta-feira, a gente já passa a ter temperaturas mais altas.

Para o próximo fim de semana, tanto no estado de São Paulo, quanto no Rio de Janeiro, a previsão é de "temperaturas altas, dignas de praia", avaliou Soares. Em SP, a máxima prevista é de 30 graus, enquanto no RJ é de 34 graus.

Veja a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) para as cinco regiões do país até a próxima segunda-feira, dia 16:

Norte: os volumes de chuva podem ser superiores a 60 milímetros (mm) em grande parte da região. Já os acumulados maiores que 100 mm podem afetar áreas centrais do Amazonas, Pará, Amapá, noroeste de Rondônia, oeste de Roraima e sudeste de Tocantins.

Nordeste: a chuva deve se concentrar em parte dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, com volumes que podem superar 60 mm.

Centro-Oeste: a previsão também indica acumulados de chuva significativos (maiores que 60 mm). Volumes acima de 100 mm podem afetar grande parte de Goiás e norte do Mato Grosso. Em áreas do nordeste do Mato Grosso do Sul e oeste e sul do Mato Grosso, a chuva não deve ultrapassar 50 mm.

Sudeste: a chuva intensa deverá ocorrer em áreas do centro-sul de Minas Gerais, centro-norte de São Paulo e no Rio de Janeiro, com volumes que podem ultrapassar 150 mm. No norte de Minas Gerais, Espírito Santo e leste de São Paulo, os acumulados devem ser menores que 60 mm.

Sul: a formação de uma massa de ar quente e úmida provocará chuvas a partir desta sexta-feira (13), podendo superar 70 mm, principalmente, no extremo sul do Rio Grande do Sul e norte do Paraná. A partir de domingo (15), a previsão é de tempo seco e sem chuva na região.

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