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"Não é para brincar de vaca amarela", diz Moro a Cabral

O ex-governador usou o seu direito ao silêncio e não respondeu as perguntas feitas por Moro, mas admitiu ter recebido caixa 2 para campanha

Sérgio Cabral: o ex-governador é alvo de sete denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Calicute (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Sérgio Cabral: o ex-governador é alvo de sete denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Calicute (Antonio Cruz/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de abril de 2017 às 19h58.

Última atualização em 28 de abril de 2017 às 23h24.

O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral se recusou hoje (28) a responder a perguntas do juiz federal Sérgio Moro em depoimento em um dos processos da Operação Lava Jato.

No início da oitiva, Cabral seguiu orientação de seu advogado e disse ao juiz que iria optar pelo direito constitucional ao silêncio e que responderia apenas a perguntas de sua defesa.

Quando os questionamentos do juízo e do Ministério Público foram feitos, Cabral ficou literalmente em silêncio e provocou risadas em Moro e nas demais pessoas que estavam presentes na audiência.

"O senhor tem que dizer que não responde. Não é literal. Não é para brincar de vaca amarela", disse Moro em referência a uma brincadeira popular que consiste em um desafio para que todos fiquem em silêncio.

Durante a audiência, Cabral disse que não recebeu propina da empreiteira Andrade Gutierrez para favorecer a empresa nas obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) da Petrobras.

O ex-governador admitiu, no entanto, ter recebido caixa 2 para financiar a própria campanha eleitoral ao governo do Rio de Janeiro.

Cabral é alvo de sete denúncias oferecidas pelo Ministério Público Federal (MPF) na Operação Calicute, um desdobamento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

Ele está preso desde 17 de novembro do ano passado no Complexo Prisional de Bangu, sob a acusação de receber propina em obras realizadas pelo governo do estado.

Segundo as investigações, o ex-governador chefiava um esquema de corrupção que cobrou propina de construtoras, lavou dinheiro e fraudou licitações em grandes obras no estado realizadas com recursos federais.

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