Brasil

Cabral é fortalecido com empréstimo de R$ 3,6 bi do BB

Governador do Rio vai receber um inédito empréstimo do Banco do Brasil para investir em 14 obras de mobilidade e infraestrutura

Segundo Cabral foi poupado da CPI que investiga Marconi Perillo e Agnelo Queiroz (Denis Ribeiro)

Segundo Cabral foi poupado da CPI que investiga Marconi Perillo e Agnelo Queiroz (Denis Ribeiro)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2012 às 16h00.

Rio de Janeiro - Enquanto os governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), prestam depoimento na CPI do Cachoeira, o do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB) - poupado pela comissão - vai receber um inédito empréstimo do Banco do Brasil para investir em 14 obras de mobilidade e infraestrutura. Com valor total de R$ 3,6 bilhões, o contrato será assinado nesta quarta em solenidade com a presidente Dilma Rousseff.

Aliados do governador comemoravam nesta terça o fato da medida fortalecer Cabral politicamente e demonstrar que a administração estadual fluminense não está paralisada. Amigo íntimo de Fernando Cavendish, dono da Delta Construções, empresa que está no epicentro da investigação da CPI por causa de suas ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o governador do Rio enfrenta a pior crise de seu governo desde que foram divulgadas fotos de viagens que ele fez com o empresário a Paris e Montecarlo.

Desde que a CPI votou contra a sua convocação, há duas semanas, Cabral vem tentando retomar a rotina. Voltou a ter agendas públicas, a falar com a imprensa e até a demonstrar uma fisionomia mais animada. Normalmente avesso a reuniões partidárias e audiências com prefeitos e deputados, o governador passou a receber aliados e está ativo nas costuras políticas para as eleições municipais de outubro. "Ele sabe como uma vitória significativa em municípios maiores se tornou importante depois disso tudo", disse um de seus aliados.

A solenidade de assinatura do contrato de empréstimo com o Banco do Brasil é o primeiro grande evento que o governador protagoniza desde que foi poupado pela comissão. A primeira parcela dos recursos será no valor de R$ 865 milhões e será liberada logo após a assinatura do contrato.

As verbas serão usadas para obras nas linhas 3 (Niterói-São Gonçalo) e 4 (zona sul-Barra da Tijuca) do Metrô, no Arco Metropolitano, na aquisição de barcas para travessia Rio-Niterói, obras na região serrana, contenção de encostas e barragens na região norte e noroeste, urbanização de comunidades na capital e na região metropolitana, além de projetos relacionados à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016 - como a recuperação das lagoas de Barra da Tijuca e Jacarepaguá e o Canal da Joatinga, entre outros.

"A gente estava com dificuldade para captar esse dinheiro para investimento. Chegamos ao limite no Banco Mundial (Bird) e no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O contrato com o Banco do Brasil foi fechado em 113 dias, que é muito mais rápido do que a média", disse o vice-governador Luiz Fernando Pezão. "O presidente do BB (Aldemir Bendine) me disse que a porta dele vai ficar lotada de governadores e prefeitos de capital interessados em empréstimos como esse", afirmou.

Sobre o fato da linha de crédito sair em ano eleitoral e em meio a pior crise já enfrentada por Cabral, o vice-governador nega que tenha havido qualquer interferência política. "Esse empréstimo começou a ser negociado antes de qualquer CPI. Além disso, as transferências aos municípios ficam muito limitadas a partir do dia 5 de julho. Não tem nada a ver", disse Pezão.

Acompanhe tudo sobre:BancosBB – Banco do Brasilcidades-brasileirasEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasInfraestruturaInvestimentos de empresasMDB – Movimento Democrático BrasileiroMetrópoles globaisPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosRio de JaneiroSérgio Cabral

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua