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Cabral continua a não aparecer em propaganda de Pezão

O comando do PMDB já trabalha com um cenário em que disputará o segundo turno com o ex-governador Anthony Garotinho (PR)


	Pezão e Cabral: Cabral deixou governo no início de abril, com popularidade em baixa
 (Tomaz Silva/Agência Brasil/Agência Brasil)

Pezão e Cabral: Cabral deixou governo no início de abril, com popularidade em baixa (Tomaz Silva/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2014 às 17h56.

Rio de Janeiro - Investir na propaganda das realizações do governo Sérgio Cabral Filho (PMDB), mas manter o ex-governador longe da propaganda eleitoral. Contraditória, essa será a linha do candidato do PMDB a governador do Rio, governador Luiz Fernando Pezão, nos últimos dias da campanha até a votação de 5 de outubro. 

O comando do PMDB já trabalha com um cenário em que disputará o segundo turno com o ex-governador Anthony Garotinho (PR).

Por isso, pretende investir na comparação das gestões, por considerá-la vantajosa.

Mas, com baixa popularidade, Cabral continuará ausente do discurso de seu continuador Pezão.

"Por que o governador Sérgio Cabral tem de aparecer?", perguntou o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Melo, um dos conselheiros de Pezão.

"A gente fala que foi o Sérgio que comandou, teve a batuta dele. Mas, meu querido, a campanha é do Pezão. E não é o Sérgio que tem de debater. Quem vai governar mais quatro anos é o Pezão. O governador Cabral já fez o que tinha de fazer. Pagou o preço que tinha de pagar, como outros governadores. Enfrentou o que tinha de enfrentar. Agora, o governador é Pezão."

Cabral deixou o governo no início de abril, com a popularidade em baixa. Não se recuperou do impacto das manifestações de rua de 2013, duramente reprimidas pela Polícia Militar sob seu comando.

A campanha de Pezão adotou a estratégia de tirá-lo da campanha e trabalhar a imagem de Pezão como homem humilde.

Os adversários têm explorado a proximidade entre o atual governador e seu antecessor. Isso se acentuou sobretudo depois que o peemedebista chegou ao primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto.

No debate da Rede Globo, acossado por críticas a Cabral, Pezão manteve a linha de sua campanha. Não respondeu aos ataques a Cabral - que, mesmo ausente, foi um dos protagonistas da noite, pelas críticas que recebeu - e exaltou seu governo.

Quando Garotinho lhe perguntou por que os programas sociais que criou foram extintos pelos sucessores (Cabral e Pezão), ouviu uma resposta dura.

"Estamos investindo mais do que no governo da Rosinha Garotinho em programas sociais. Construímos o mesmo número de restaurantes que você construiu. Só que a gente não quer explorar a miséria destas pessoas que ficaram 20, 30 anos abandonadas dentro destas comunidades", disse Pezão.

Garotinho tem focado áreas populares. Ele defende a volta de programas de seu período de governo (1999-2002), como o Jovens Pela Paz e o Cheque Cidadão.

Dobradinha

Durante o confronto, encerrado na madrugada de hoje, ficou clara a aliança entre Marcelo Crivella (PRB) e Lindbergh Farias (PT).

Os dois trocavam perguntas, respostas e réplicas que tinham como alvo o governo estadual e o grupo político comandado por Cabral.

Os dois candidatos mantiveram, durante a campanha, relação amistosa. Já tinham se encontrado em outras ocasiões. Desta vez, acertaram a estratégia conjunta antes do debate.

Perto do dia da votação do primeiro turno, Lindbergh e Crivella não devem mudar suas campanhas. Lindbergh investirá em apelos contra um segundo turno "entre Pezão e Garotinho" e tentará atingir os jovens, com apelos às manifestações do ano passado.

Ele enfrenta críticas internas na campanha, por ter seguido conselhos da área de marketing e ter evitado ataques mais duros aos adversários, por medo de perder votos.

Crivella vai manter a linha de crítica a Cabral, temperada por tiradas irônicas. O postulante do PSOL manterá a crítica aos outros quatro, que chama de "Quatro Cabrais".

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