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Cabral diz que fez compras de luxo com sobra de caixa 2

O ex-governador do Rio foi ouvido hoje (27) por Sérgio Moro, e negou ter recebido propina da Andrade Gutierrez no contrato para construção do Comperj

Sérgio Cabral: o ex-governador está preso desde a 37ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Calicute, que foi deflagrada em novembro do ano passado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Sérgio Cabral: o ex-governador está preso desde a 37ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Calicute, que foi deflagrada em novembro do ano passado (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de abril de 2017 às 20h08.

Última atualização em 27 de abril de 2017 às 20h42.

O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, negou ter recebido propina da Andrade Gutierrez no contrato para construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Ele foi ouvido hoje (27) pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, na condição de réu do processo a que responde no âmbito da Operação Lava Jato.

No início da audiência, os advogados informaram a Moro que Cabral responderia apenas às perguntas formuladas pela defesa.

O juiz reconheceu o direito ao silêncio do réu, mas comunicou que faria os questionamentos e deixaria ao próprio ex-governador a decisão de se calar ou responder.

Moro perguntou, então, se o peemedebista recebeu vantagem indevida da Andrade Gutierrez na contratação para construção da Comperj.

"Não é verdade", respondeu Cabral, que foi imediatamente orientado pelos advogados a se ater ao plano inicial.

O réu, então, silenciou durante o restante dos questionamentos do juiz e dos procuradores do Ministério Público Federal (MPF).

Aos próprios advogados, Sérgio Cabral ressaltou que não recebeu propina da Andrade Gutierrez.

Ele também afirmou que mantinha apenas "relações institucionais" com os executivos da empresa.

A defesa passou, então, a perguntar sobre as demais acusações feitas na denúncia, como os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

Cabral negou ter comprado mercadorias com propina para dissimular a origem do capital.

"Comprei com recursos próprios e sobras de recursos de campanha", afirmou.

O ex-governador admitiu, no entanto, ter recebido caixa 2 para financiar a própria campanha eleitoral ao governo do Rio de Janeiro.

"Não posso negar que houve, em função de eu ter sido um político sempre com desempenho eleitoral muito forte no estado. O financiamento acontecia, e estes fatos são reais", afirmou.

Calicute

Sérgio Cabral está preso desde a 37ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Calicute, que foi deflagrada em novembro do ano passado.

Ele atualmente está preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio.

O ex-governador fluminense foi transportado para Curitiba em um avião da Polícia Federal (PF) na manhã de hoje.

Outros quatro réus desta ação penal foram ouvidos por Moro - inclusive a esposa dele, Adriana Ancelmo.

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