Fábrica do Butantan em São Paulo. (Amanda Perobelli/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 28 de abril de 2021 às 13h10.
Última atualização em 28 de abril de 2021 às 13h59.
O Instituto Butantan anunciou que nesta quarta-feira, 28, começa a produzir a vacina brasileira chamada Butanvac. De acordo com Dimas Covas, diretor da entidade, nesta primeira etapa, que vai até o dia 18 de maio, serão fabricadas 6 milhão de doses. Apesar do anúncio, ainda faltam as fases 2 e 3 de testes para garantir a qualidade e eficácia do imunizante. A liberação desta etapa depende do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Até a primeira quinzena de junho teremos 18 milhões de doses prontas. Começamos de forma muito discreta a produção. Não dependemos nada de importação, de licenciamento, vamos ser autossuficientes. Podemos atender o Brasil e parte do mundo. Queremos chegar até 100 milhões de vacinas no segundo semestre deste ano”, disse Dimas Covas em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Na semana passada, o Butantan pediu à Anvisa a liberação para iniciar os testes nas fases 2 e 3. Na terça-feira, 27, a agência respondeu à solicitação e disse que ainda faltavam documentos para conseguir analisar se libera ou não os testes em seres humanos. O instituto disse que vai enviar o mais rápido possível os documentos solicitados.
Os testes da Butanvac serão feitos em adultos. Os estudos deverão começar com 1.800 voluntários. Já a fase 3, com maior escala de participantes, deverá incluir 9.000 pessoas. Nesses testes poderão fazer partes, inclusive, adultos já vacinados ou que já tiveram covid-19.
“É um estudo clínico de segurança e imunogenicidade, comparativo. Então, ele não é um teste para incluir voluntários comparando grupo de vacinados com o grupo placebo. Aqui já se tem um padrão, que já foram determinados pelas demais vacinas. Então já se sabe o que esperar de uma vacina”, explicou Dimas Covas.
O anúncio da vacina, classificada pelo Butantan como 100% brasileira, foi feito há um mês. A Butanvac usa o vírus inativado de uma gripe aviária que não afeta humanos para transportar o material genético do Sars-CoV-2, o causador da covid-19, para gerar uma resposta imune. A tecnologia é amplamente estudada pelo Butantan na produção de outras vacinas, como a da gripe.
(Com Agência Brasil)
Quais são os maiores desafios da ciência em 2021? Entenda assinando a EXAME.