(Amanda Perobelli/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 11h57.
Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 21h52.
O Instituto Butantan vai receber no dia 3 de fevereiro mais insumos para fabricar cerca de 8,6 milhões de doses da vacina contra a covid-19. O acordo foi firmado nesta terça-feira, 26, em uma reunião entre o instituto, o governo de São Paulo e o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
Desde a semana passada o Butantan aguarda o envio de mais insumos para continuar a fabricação de imunizantes no país. A carga está parada na China desde o começo de janeiro, por questões alfandegárias, segundo o governo chinês.
De acordo com o diretor do Butantan, Dimas Covas, neste carregamento estão 5.400 litros de insumo que dão origem a 8,6 milhões de doses. A previsão é de que essas vacinas fiquem prontas em aproximadamente 20 dias.
No acordo ainda tem a previsão de um novo carregamento, de 5.600 litros de matéria-prima, que também dão origem a um pouco mais de 8,6 milhões de doses.
“Com esses 11 mil litros de insumos nós vamos regularizar nossas entregas ao Ministério da Saúde, totalizando até abril as 46 milhões previstas no contrato. Há ainda a opção de compra de mais 54 milhões, mas para isso precisamos de uma manifestação do Ministério da Saúde”, disse Dimas Covas em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes nesta segunda-feira, 26.
Na mesma coletiva de imprensa, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, falou sobre as negociações para enviar os insumos.
“A Coronavac está sendo aplicada em todo o país. Isso demonstra que o benefício não é só para os paulistas mas para todos os brasileiros. O Brasil é um dos países mais vacinados de todo o mundo. Todos sabemos que se trata de uma decisão técnica e não política. A vacina não é instrumento político”, disse o embaixador.
O Brasil deve ter capacidade de produção da vacina contra a covid-19 totalmente nacional somente em 2021. Esta é a previsão do Instituto Butantan que está construindo uma fábrica a um custo de 162 milhões de reais - financiado com doações da iniciativa privada.
As obras foram iniciadas em novembro do ano passado e têm previsão de conclusão em setembro deste ano. De acordo com Dimas Covas, após a estrutura física ficar pronta são necessárias autorizações e certificações por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A previsão é que ela esteja pronta para fabricar a primeira vacina no começo de 2021.