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Butantan prevê entregar vacina contra covid-19 ao SUS em dezembro de 2020

O instituto desenvolve a vacina junto com o laboratório chinês Sinovac. Se o cronograma se confirmar, seriam distribuídas 45 milhões de doses neste ano

 (Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

(Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de agosto de 2020 às 16h14.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 17h06.

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou nesta sexta-feira, 28, que a Anvisa se propôs a "acompanhar mais de perto" a aprovação da vacina, que vem sendo desenvolvida pelo instituto em parceria com a chinesa Sinovac, e que está na fase de testes em humanos no Brasil.

De acordo com ele, houve "concordância imediata" pelo presidente da agência reguladora, Antônio Barra Torres, para que, quando fossem apresentados os resultados da fase 3, não houvesse nenhum tipo de demora na emissão do registro da vacina.

"Levamos resultados adicionais de estudos de segurança produzidos na China, que mostrou um perfil de segurança muito próximo da nossa vacina da influenza", afirmou Covas.

Ele disse ainda que, até o momento, os estudos chineses sobre a coronavac já foram feitos com 24.000 voluntários e que houve registro de apenas 5% de efeitos colaterais, 3% de efeitos mais graves (dor no local da aplicação) e apenas 0,18% de manifestações febris.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), também falou da reunião entre representantes do governo estadual com o Ministério da Saúde, em busca de recursos federais para a ampliação de produção da coronavac.

O estado pediu 1,9 bilhão de reais ao governo federal para ampliar a previsão de entrega da coronavac no próximo ano, de 60 milhões para 120 milhões de doses. "O apoio financeiro do ministério é fundamental para a ampliação do estudo clínico e a capacitação para multiplicar fortemente nossa capacidade de produção."

De acordo com Covas, foram solicitados investimentos nos valores de 85 milhões de reais para os estudos avançarem mais rapidamente, 60 milhões de reais para reestruturação da fábrica do Butantan e uma quantia extra para o fornecimento das doses, ainda sem valor definido. "Adiantamos que necessitaríamos de aproximadamente 2 bilhões de reais para produzirmos os 100 milhões de doses até maio do ano que vem."

O cronograma previsto por Covas é de que o Butantan entregue 45 milhões de doses da coronavac ao SUS em dezembro deste ano, 60 milhões até março e 100 milhões em maio do ano que vem. "Asseguramos ao ministro que, portanto, ele poderá iniciar já sua preparação para desencadear uma campanha nacional de vacinação."

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