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Butantan conclui entrega de 100 milhões de vacinas ao Ministério da Saúde

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já descartou a compra de mais vacinas do Butantan e diz que prioriza outros laboratórios

Coronavac: vacina foi a primeira aplicada no Brasil. (Amanda Perobelli/Reuters)

Coronavac: vacina foi a primeira aplicada no Brasil. (Amanda Perobelli/Reuters)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 15 de setembro de 2021 às 12h54.

Última atualização em 15 de setembro de 2021 às 13h12.

O Instituto Butantan concluiu, nesta quarta-feira, 15, todas as entregas de vacina contra a covid-19 ao Ministério da Saúde. A previsão inicial era concluir os envios até o fim deste mês, depois o Butantan adiantou para o fim de agosto, e depois mudou novamente a data para meados de setembro.

De acordo com o laboratório paulista, no último lote estavam 5,1 milhões de doses que foram entregues no início da tarde. A partir de agora, começam a ser liberadas doses de vacina a estados que firmaram contratos diretamente com o Butantan, como Ceará, Espírito Santo, Pará, Piauí e Mato Grosso.

Dimas Covas, presidente do Butantan, disse que também foram enviadas mais 1,8 milhão de doses para substituir parte do lote de 12,1 milhões que foram colocadas em quarentena pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O problema apontado pelo órgão é que os imunizantes foram fabricados em uma planta na China que não foi inspecionada pela Anvisa. "Até o dia 29 substituiremos todas as vacinas e esperamos que a Anvisa libere logo o restante", disse Covas em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

A vacina do Butantan foi a primeira aplicada no Brasil, no dia 17 de janeiro. De acordo com dados do Ministério da Saúde, mais de 94 milhões de doses já foram distribuídas. Mais de 33% da população imunizada recebeu a Coronavac, sobretudo profissionais de saúde e idosos acima de 80 anos. Atualmente, é o segundo imunizante mais usada no país, somente atrás da vacina da Fiocruz/AstraZeneca.

Alvo de críticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a vacina foi uma aposta do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que firmou uma parceria com o laboratório chinês Sinovac para o envase e transferência de tecnologia para produzir o imunizante no Brasil.

O presidente chegou, por diversas vezes, a questionar a eficácia. Dentre as vacinas aplicadas no país, é o imunizante com menor proteção global: 50,38%. O imunizante da Pfizer, por exemplo, tem eficácia de 95%, e a da Fiocruz tem capacidade de proteção de 79%

No começo de janeiro, o então ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, acertou a compra 46 milhões de doses em um primeiro contrato. Meses depois assinou outra aquisição, mas de 54 milhões de doses. Cada dose custou ao governo federal 10 dólares.

Há um mês, o Butantan solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a aplicação da vacina em crianças e adolescentes entre 3 e 17 anos. Segundo a agência, os documentos apresentados dos estudos realizados não garantiram a eficácia e segurança no uso da vacina no grupo pediátrico. Por isso, decidiu vetar a aplicação em crianças e adolescentes, mas manteve para adultos acima de 18 anos.

Apesar de ter sido a aposta do governador Doria, o futuro da Coronavac no Brasil é incerto. Atualmente o Butantan desenvolve uma vacina nacional, a chamada ButanVac. Além disso, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já descartou a compra de mais vacinas do Butantan e diz que prioriza outros laboratórios, como Pfizer e Fiocruz.

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