Logotipo da Petrobras visto em refinaria em Cubatão: de acordo com a prefeitura, a confusão foi provocada por pessoas que vieram de outras cidades (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2015 às 09h56.
Santos - A busca por empregos em obras da Refinaria Presidente Bernardes, da Petrobras, em Cubatão, acabou se transformando em um protesto que, até a quarta-feira, 15, terminou com quatro pessoas detidas, seis ônibus e uma banca de jornal incendiados, vários carros e caminhões depredados e uma rodovia, a Cônego Domênico Rangoni, interditada.
Segundo a prefeitura da cidade, o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) teve de ser fechado depois de um grupo de pessoas ter destruído parte do local, com agressão aos funcionários.
De acordo com a prefeitura, a confusão foi provocada por pessoas que vieram de outras cidades. "O tumulto foi provocado por trabalhadores que, segundo testemunhas, seriam de fora da cidade e pretendiam fazer ali cadastramento para trabalhar nas empreiteiras que atuarão nas obras de manutenção da Refinaria Presidente Bernardes.
Essas obras, segundo a Petrobras vão gerar 3,5 mil vagas de emprego a partir de agosto. No entanto, o cadastramento de trabalhadores para essas obras ainda não teve início e, quando isso ocorrer, será aberto um posto avançado do PAT na área da refinaria.
Essa informação vem sendo divulgada há um mês, em cartazes afixados não só no PAT, mas em vários pontos da cidade e divulgada por meio da imprensa", informou a prefeitura, em nota.
O protesto, no começo da manhã de quarta-feira, 15, reuniu dezenas de pessoas na Rodovia Cônego Domênico Rangoni e provocou a interdição de todas as pistas, nos dois sentidos, a partir do km 260, no trecho de Cubatão.
A concessionária Ecovias registrou, por volta de 11h30, mais de sete quilômetros de congestionamento em direção ao Guarujá e pelo menos dois quilômetros no sentido da capital paulista.
Congestionamento
Houve reflexo também na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega - ligação do Sistema Anchieta-Imigrantes com o litoral sul paulista -, que acumulou quatro quilômetros de lentidão.
Na Via Anchieta, a pista sentido São Paulo teve 11 quilômetros de congestionamento na região da Baixada Santista e de seis quilômetros no planalto. A Polícia Militar Rodoviária fechou o tráfego no km 40 da Anchieta, no trecho de serra, para evitar assaltos.
Interdições e lentidão atrapalharam bastante a viagem de quem mora na Baixada Santista e trabalha na capital. Muitos ônibus executivos fretados ficaram parados na estrada, e o percurso, que demora, em média, uma hora para ser concluído, demorou três ou quatro vezes mais.
Para tentar fugir da confusão nas rodovias, muitos motoristas optaram pelo transporte de balsas entre Santos e Guarujá, o que provocou longas filas em ambos os sentidos, com até 60 minutos de espera nos dois lados, mesmo com seis embarcações em operação.
Houve ainda reflexo na entrada de Santos e dentro da cidade, onde a lentidão atingiu a avenida da orla, incluindo a divisa com o município de São Vicente.
Segundo a Polícia Militar, 150 homens atuaram na contenção do protesto, com uso de bombas de gás. Um helicóptero participou da operação. O protesto chegou até a Avenida 9 de Abril, em Cubatão, onde fica o posto do PAT. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.