Covas e Doria: objetivo é fortalecer seu papel de líder dentro de seu partido político (Prefeitura de SP/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de dezembro de 2018 às 15h47.
São Paulo —O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), deve trocar 23 dos 32 subprefeitos da capital, em um processo iniciado tanto para consolidar sua "cara" na gestão iniciada pelo antecessor, o governador eleito João Doria (PSDB), quanto para fortalecer seu papel de líder dentro de seu partido político. Os convites para os futuros responsáveis pelas subprefeituras paulistanas vêm sendo feitos há duas semanas.
A seleção de nomes ocorre dentro do PSDB. Covas está convidando filiados de "perfil jovem", segundo seus auxiliares, mas que já tenham alguma experiência política. E dando preferência para tucanos que tenham ocupado cargos públicos, com base eleitoral consolidada, mas que não conseguiram se eleger nas últimas eleições para deputado estadual e federal.
Nessa condição estariam nomes como o do deputado estadual Carlos Bezerra Júnior que não obteve a reeleição, e o ex-secretário estadual de Assistência Social Floriano Pesaro.
"Tenho muita afinidade com o projeto político do Bruno. Mas minha especialidade é a área social e, neste momento da vida, não me via em condições de colaborar nas subprefeituras", disse Pesaro, ao explicara razão de não aceitar o convite. "É uma coisa de perfil."
Dentre os nomes que já teriam falado "sim" estão Sandra Santana, ex-chefe de gabinete de Celino Cardoso, derrotada na disputa para a Assembleia Legislativa — que já foi subprefeita na gestão municipal de José Serra (PSDB). Outro nome seria de Fabrício Cobra, ex-secretário estadual de Turismo.
Haveria conversas em andamento ainda com o ex-deputado Ramalho da Construção. Os três não foram localizados neste domingo, 9.
Negociações. Esse novo mapa das subprefeituras está sendo feito sem envolvimento da Câmara Municipal. Historicamente, os parlamentares pleiteiam - e conseguem - nomear os chefes das subprefeituras dos bairros onde têm redutos eleitorais.
"Não há negociação com a Câmara. O prefeito, conforme ver a necessidade de substituições, vai fazer unilateralmente", disse o secretário da Casa Civil de Covas, João Jorge, também tucano, que tem a missão de intermediar as relações entre a Prefeitura e o Legislativo.
Os aliados, entretanto, terão menos margem para emplacara ações que os beneficiem politicamente. Todas as 32 subprefeituras perderam verbas na proposta de orçamento anual para 2019, em discussão na Câmara.
A Sé, por exemplo, regional com maior receita e gastos, neste ano tinha orçamento de R$ 70,9 milhões e deve ficar com R$ 61,6 milhões para 2019, se a proposta for mantida.
Os recursos tirados das divisões regionais foram transferidos para áreas como Saúde e Educação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.