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Brasília e Astana vão fechar acordo para mobilidade com tecnologia

As duas cidades vão se comprometer a atuar juntas em favor de uma mobilidade urbana sustentável em parceria com universidades

Carros elétricos, semáforos inteligentes, amplos espaços verdes e eliminação de gases poluente estão previstos em projeto (Jupiterimages/Thinkstock)

Carros elétricos, semáforos inteligentes, amplos espaços verdes e eliminação de gases poluente estão previstos em projeto (Jupiterimages/Thinkstock)

AB

Agência Brasil

Publicado em 27 de julho de 2018 às 19h50.

O governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, e autoridades do Cazaquistão, nação que lidera o desenvolvimento econômico e financeiro na Ásia Central, devem assinar nos próximos dias um acordo para que Brasília e Astana (capital cazaque) se comprometam a implantar ações que estimulem mobilidade urbana sustentável com uso da tecnologia.

"Isso significa que as duas cidades vão se comprometer a atuar juntas em favor de uma mobilidade urbana baseada em carros elétricos, semáforos inteligentes, amplos espaços verdes, eliminação de gases poluentes e uma economia que privilegia a informatização e a colaboração com as universidades", disse o secretário adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação do Distrito Federal, Marcelo Borges Chubaci.

Ele participou de uma mesa redonda nessa quinta-feira (26), no Parque Tecnológico de Brasília (Biotic), que discutiu as bases para a colaboração entre as duas capitais como cidades inteligentes, que fazem uso da tecnologia para o desenvolvimento urbano. Chubaci e o embaixador do Cazaquistão, Kairat Sarzhanov, coordenaram a mesa redonda, que teve a participação do presidente do Biotic, Mário Lima, do presidente da Câmara de Comércio Brasil-Cazaquistão, Cassiano Pereira Viana, e dos representantes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Luiz Recena, e da Universidade de Brasília, Claudia Amorim.

De acordo com Mário Lima, Brasília, com 58 anos, e Astana, que neste mês de julho completou 20 anos, podem ser cidades-irmãs "porque nasceram de um sonho". Ele observou que as autoridades de Brasília têm a pretensão de estabelecer na cidade um polo de capacitação profissional e um centro inovador de tecnologia, enquanto Astana já alcançou grande parte desse feito. "Hoje, Astana representa 10% do PIB (Produto Interno Bruto) do Cazaquistão", lembrou Lima.

Segundo o embaixador do Cazaquistão no Brasil, Kairat Sarzhanov, o sucesso de Astana se deve, em grande parte, ao interesse do governo de construir uma cidade voltada para os negócios, para a paz entre os povos e para a harmonia entre religiões. Para o representante da EBC, Luiz Recena, que participou da comemoração dos 20 anos de Astana, as similaridades entre as duas capitais provam que são "um exercício de otimismo" dos dois povos.

Veja entrevista do embaixador Kairat Sarzhanov sobre os 20 anos de Astana:

O Cazaquistão surpreendeu, ao construir a cidade mais nova do mundo e dar a ela o status de centro financeiro. O senhor poderia explicar porque Astana atrai a atenção de todo o mundo?
Sarzhanov: Hoje a capital do Cazaquistão é uma cidade moderna e atraente para turistas e investidores e, ainda mais importante, é confortável para morar. Por este motivo, a cidade é chamada de "pérola da Eurásia". Hoje, Astana é anfitriã de eventos de escala global e, apesar de ser a capital mais jovem do mundo, já possui uma rica história, importante não apenas para a nossa República, mas para todo o mundo. Um desses eventos foi a Expo-2017, que pôs Astana e o Cazaquistão nos mapas de investimento de muitos países.

Como a Expo 2017 abriu caminho para os investimentos?
A bem-sucedida Expo-2017 foi o resultado de uma sinergia de esforços de Astana e de todas as regiões do país. Teve um efeito positivo multiplicativo e deu impulso ao desenvolvimento da nossa economia, como lembrou o presidente do Cazaquistão, Nursultan Nazarbayev. A Expo teve como tema A Energia do Futuro e as exposições foram focadas principalmente em projetos energéticos verdes e não apenas em projetos econômicos. Muitas das tecnologias apresentadas na exposição já haviam sido colocadas em prática.

O senhor poderia dar um exemplo de tecnologia que impactou o mundo e foi apresentado na Expo 2017?
Por exemplo, moinhos de vento que geram energia eólica ou um avião movido a baterias de íons de lítio, em vez de querosene. Acredita-se ser um modelo promissor. O poder dessa bateria é suficiente apenas para um voo de uma hora, mas o avião já está voando. A exposição foi visitada por quase 4 milhões de pessoas, e 115 países e 22 organizações internacionais participaram da mesma. A Expo ficou aberta para visitação por três meses. Bombeiros, equipes de resgate e brigadas médicas de diferentes regiões do país garantiram a segurança durante esse período. Além disso, a Astana Expo-2017 foi uma boa campanha, que continua a fortalecer a marca do Cazaquistão no exterior.

O Centro Financeiro Internacional de Astana hoje está localizado na área onde ocorreu a Expo 2017. O que esse centro oferece para o mundo?
O Astana International Financial Center começou oficialmente seu trabalho em julho de 2018. É um centro que utiliza infraestrutura de última geração e tecnologias avançadas, sendo guiado pelos princípios do direito inglês, com um regime fiscal preferencial e um tribunal financeiro independente. Esse sistema implica que o trabalho deve ser feito com base nos princípios internacionais e nas melhores práticas do mundo. E todos esses investimentos que virão ao Cazaquistão ou a outros países da região serão protegidos pela lei internacional. Haverá regime fiscal preferencial e o centro oferece incentivos às empresas - incluindo a isenção do imposto de renda corporativo e do imposto de renda pessoal por 50 anos -, um regime de isenção de vistos para cidadãos de 48 países e um regime de emprego simplificado.

Poderia dar alguns exemplos de centros financeiros internacionais que pretendem trabalhar com o Astana International Financial Center?
Por exemplo, a Nasdaq [mercado de ações automatizado norte-americano que reúne empresas de alta tecnologia] tornou-se parceira estratégica e acionista da Astana International Exchange, o que deu impulso ao desenvolvimento do mercado de capitais do Cazaquistão e região.

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