Garotos palestinos na casa da família destruída por um ataque aéreo israelense na Faixa de Gaza: mais de cem pessoas morreram desde o começo dos confrontos (REUTERS / Suhaib Salem)
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2012 às 11h10.
Brasília - Um grupo de 20 brasileiros, que têm também nacionalidade palestina, pediu ajuda ao Escritório do Brasil em Ramalá, na Cisjordânia, para deixar momentaneamente a Faixa de Gaza por temer o agravamento dos conflitos. Os palestinos-brasileiros, que têm binacionalidade, deverão deixar por terra a região em direção ao Egito, considerado o único caminho possível.
Nas áreas próximas à Faixa de Gaza vivem cerca de mil brasileiros. Porém, nas regiões de Israel e da Palestina há aproximadamente dez mil brasileiros. O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, informou à Agência Brasil que recebeu apenas os 20 pedidos de ajuda encaminhados pelos binacionais palestinos.
O Itamaraty acrescentou que o processo de formalização para a “evacuação provisória” está em curso, e o objetivo é acelerar a retirada dos brasileiros. Mas não há um prazo porque a saída do grupo está associada a uma série de fatores externos, como medidas de segurança e autorizações.
Os conflitos na região de Gaza completam hoje (20) sete dias. Por enquanto, os ataques ocorrem por via aérea. Mas há informações de que o Exército de Israel está preparado para uma eventual ofensiva terrestre. A iniciativa foi suspensa hoje porque o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e chanceleres de países árabes negociam o cessar-fogo.
Os embaixadores de Israel, Rafael Eldad, e o da Palestina, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, no Brasil, disseram que estão confiantes nas negociações por um cessar-fogo, mediadas pela comunidade internacional. Em entrevista à Agência Brasil, Eldad chamou a ofensiva israelense de “defensiva”, enquanto Alzeben disse que Israel “viola o direito internacional”.
Pelos dados de palestinos e israelenses, mais de cem pessoas morreram nos últimos dias, desde o começo dos confrontos. A maioria das vítimas é formada por civis, inclusive, crianças. Os palestinos dizem que sem infraestrutura estão com dificuldades para tratar dos feridos, pois faltam medicamentos e material hospital.