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Brasileiros estão menos felizes em 2019, aponta pesquisa da Ipsos

Para diretora da Ipsos, demora na retomada da economia e desemprego impactaram o humor dos brasileiros

Protesto durante o 7 de setembro, feriado do dia da Independência do Brasil (Fabio Vieira/Getty Images)

Protesto durante o 7 de setembro, feriado do dia da Independência do Brasil (Fabio Vieira/Getty Images)

Naiara Albuquerque

Naiara Albuquerque

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 14h43.

Última atualização em 12 de setembro de 2019 às 15h27.

São Paulo - Os brasileiros estão menos felizes em 2019 do que em 2018, aponta o Estudo Global da Felicidade, conduzido pelo Instituto Ipsos e divulgado nesta quarta-feira, (11).

A lenta recuperação da economia brasileira e as altas taxas de desemprego estão entre os principais motivos que levaram à queda no país. 

Sandra Pessini, diretora da comunicação da Ipsos, explica que em 2018 foi um ano de eleições presidenciais no Brasil e quase sempre que isso acontece, há uma sensação de renovação na esperança das pessoas.

No Brasil, em 2018, 73% das pessoas tinham se declarado felizes. Em 2019, houve uma queda de 12 pontos percentuais para 61%.

“Para os brasileiros, 2019 começou com um alto nível de expectativa. Analisamos que a demora na retomada da economia impacta diretamente na percepção de felicidade da população”, afirma Pessini à EXAME.  

Além da questão econômica, acontecimentos como Brumadinho e o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo afetaram diretamente o humor dos brasileiros. “Notamos que o clima de polarização política nas redes sociais e em grupos de Whatsapp também impactou essa percepção”, diz. 

Na América Latina, houve uma queda generalizada na percepção de felicidade das pessoas de um ano para o outro, com exceção do Peru: "54% dos peruanos de declararam felizes ou muito felizes em fevereiro de 2018 e 58% em junho de 2019, ou seja, um aumento de 4 pontos percentuais".

O estudo da Ipsos mede o nível de felicidade dos países desde 2011 e é conduzida totalmente online. “A pesquisa é representativa da população conectada [com acesso à internet]. No Brasil, esse número representa 70% da população”, explica a diretora do instituto.  

A pesquisa entrevistou 20,3 mil pessoas espalhadas em 28 países, entre 24 de maio e 7 de junho deste ano. No Brasil, 1.000 pessoas foram entrevistadas, com margem de erro de 3,5 pontos para mais ou para menos.

O que faz os brasileiros felizes

Pessini explica que a realidade de cada país influencia diretamente nas respostas da pesquisa. No Brasil, a saúde e o bem-estar físico são considerados os mais importantes, entre 29 fontes de felicidade que são citadas

Em segundo lugar, ter um emprego que faça sentido (62%) e, depois, ter uma vida que faça sentido (59%). 

Outras fontes, como segurança pessoal, minha condição de vida, ter mais dinheiro e bem-estar religioso ou espiritual apareceram empatados em quarto lugar. 

No mundo, o ranking de importância é diferente, com filhos (48%) e a relação com o parceiro (48%) aparecendo como as principais fontes de felicidade. 

Como está a percepção de felicidade no mundo

“Entre 2011 e 2019 houve de fato uma queda global na percepção de felicidade”, afirma Pessini. Para se ter ideia, em 2018, 70% das entrevistadas se consideraram muito felizes ou felizes. Em 2019, esse número foi para 64%. Ao todo, uma queda de 6 pontos percentuais. 

Entre os países que a população se diz mais infeliz, a pesquisa destaca três: Argentina (19%), Turquia (14%) e Japão (11%). 

Os países em que as pessoas se consideram muito felizes estão, em grande parte, no hemisfério norte: Canadá (29%), Austrália, Arábia Saudita e Índia empatados com 28% e, por último, o Reino Unido e os Estados Unidos com 27%. 

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