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Brasileiros em Portugal são mais jovens do que portugueses

Cerca de 20% da população lusitana tinha mais 65 anos em 2011, enquanto apenas 1% dos brasileiros estavam nessa faixa etária, segundo o IBGE


	Trens em Portugal: segundo estatísticas, população brasileira residente em Portugal cresceu mais de 240% na década passada
 (Patricia de Melo Moreira/AFP)

Trens em Portugal: segundo estatísticas, população brasileira residente em Portugal cresceu mais de 240% na década passada (Patricia de Melo Moreira/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2013 às 11h43.

Lisboa - Os brasileiros formam a mais numerosa comunidade de estrangeiros em Portugal, de acordo o Censo Populacional 2011. De cada quatro estrangeiros residentes no país, um era brasileiro – um total de 109.787.

Dados divulgados na última sexta-feira (19) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), órgão equivalente ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população brasileira residente em Portugal cresceu mais de 240% na década passada.

Hoje (22), 513 anos após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, Portugal celebra a data com o Dia da Comunidade Luso-Brasileira.

Segundo estatísticas oficiais, há mais brasileiras (58%) do que brasileiros morando em Portugal e a maioria é solteira (54,2%). Entre os casados, pouco mais de um terço das uniões formais ou consensuais era com cidadãos portugueses (36%).

Os brasileiros vivem majoritariamente na região metropolitana de Lisboa (57%) e formam uma das mais jovens comunidades estrangeiras em Portugal. De acordo com o Censo Populacional 2011, a idade média dos brasileiros chegava a 31 anos enquanto o conjunto da população estrangeira era de mais de 34 anos.

O perfil demográfico jovem dos brasileiros contrasta com o perfil etário dos portugueses. Cerca de 20% da população lusitana tinha mais 65 anos em 2011, enquanto apenas 1% dos brasileiros estavam nessa faixa etária.

A idade avançada da população de Portugal é um problema para as contas do país. As pessoas mais idosas dependem mais da seguridade social e dos serviços públicos de saúde, o que acarreta despesas para o Estado, no momento em que a dívida pública chega a 126% do Produto Interno Bruto (PIB) e com as dificuldades do governo para baixar o déficit anual no orçamento público.

Ainda não há estatística oficial sobre o movimento migratório de brasileiros depois da crise econômica em Portugal, mas, segundo dados do Banco Central português, caiu em 35% o volume de euros enviados pelos imigrantes para o Brasil entre 2006 e o ano passado.

O dado não é conclusivo, mas pode indicar que parte dos brasileiros recenseados em 2011 já voltaram para o país de origem ou também sofrem com a diminuição dos salários ou com o desemprego que se aproxima da marca de 1 milhão de pessoas.

Segundo o INE, “as profissões mais representadas na comunidade brasileira eram trabalhador da limpeza em casas particulares, hotéis e similares (15,9%) e vendedor em lojas, com 10%. As profissões de cozinheiro, trabalhador qualificado da construção, cabeleireiro/esteticista e empregados de mesa e bar, com valores entre os 6,2% e 4,9%, integravam também o grupo das dez profissões mais representadas entre a população brasileira residente em Portugal”.

Cerca de 9,4% dos brasileiros residentes em Portugal em 2011 tinham curso superior – número menor que o dos portugueses com a mesma escolaridade, 16,6%. Os portugueses, no entanto, tem proporcionalmente mais pessoas com formação escolar inferior ao ensino fundamental (“3º ciclo” como chamam os portugueses) do que o verificado entre os imigrantes brasileiros – 40,6% e 26,2%, respectivamente. O percentual de brasileiros com nível médio (41,1%) é o dobro do assinalado para os portugueses (19,9%).

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