(TSE/Divulgação)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 1 de março de 2022 às 08h30.
Última atualização em 2 de março de 2022 às 10h46.
As eleições que vão definir o próximo presidente do Brasil são apenas no segundo semestre, em outubro, mas 66% dos brasileiros dizem que já definiram o seu voto. De acordo com a mais recente pesquisa EXAME/IDEIA, 31% dizem que ainda vão decidir um nome. Desta parcela, mais da metade, 55%, dizem que farão a opção até agosto.
Os números fazem parte da sondagem que ouviu 1.500 pessoas entre os dias 18 e 22 de fevereiro. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-05955/2022. A pesquisa EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Leia o relatório completo aqui.
Maurício Moura, fundador do IDEIA, explica que esta escolha de forma antecipada é resultado da polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Por serem nomes conhecidos da população, o eleitor se sente apto a tomar uma decisão.
"A polarização faz com que o eleitor decida o voto muito antes e acarreta que ele não mude durante a campanha. Nós tivemos isso na eleição americana de 2020. Os candidatos foram para a campanha sem que houvesse muito espaço de convencimento. As campanhas gastaram muito mais dinheiro levando as pessoas para votar, do que para convencer”, diz Moura, fundador do IDEIA.
Em maio de 2021, a soma das pessoas que diziam que não sabiam em que votar, ou iriam apertar branco e nulo, estava acima de 50%. Agora, este valor caiu para 33%, em um cenário espontâneo. A pergunta espontânea é aquela em que os entrevistados respondem sem ter os nomes dos candidatos apresentados previamente, ou seja, reflete aquilo que está na cabeça dos eleitores de forma mais imediata. A situação complica a força de uma possível terceira via.
Desde que foi lançado como pré-candidato pelo Podemos, Sergio Moro (Podemos) ocupou a terceira colocação nas pesquisas de intenção de voto. Ciro Gomes (PDT), está tecnicamente empatado com ele, dentro da margem de erro. Maurício Moura explica que os próximos meses serão decisivos para a definição de um nome que eventualmente rivalize com Lula e Bolsonaro.
O ex-presidente Lula lidera a corrida ao Palácio do Planalto, com 42% das intenções de voto. O presidente Jair Bolsonaro está em segundo lugar, com 27%, seguido de Sergio Moro, com 10%, e Ciro Gomes, com 8%. Se comparada com a última pesquisa, publicada há um mês, Bolsonaro cresceu no limite da margem de erro - na época estava com 24% das intenções de voto no primeiro turno -, o que pode indicar um aumento.
Em um eventual segundo turno, Lula lidera todos os cenários. Contra Bolsonaro, o petista tem 49% das intenções de voto, e o atual presidente tem 35%. É a menor margem entre todos os nomes testados contra o ex-presidente, o que indica uma alta disputa entre os dois, e uma terceira via enfraquecida.