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Brasileiros buscam provas contra cartel na Suíça

A meta é identificar funcionários públicos e mesmo políticos que tenham se beneficiado das propinas


	Alstom: a Justiça da Suíça confirmou que dispõe de um "amplo material" em relação ao envolvimento da Alstom em contratos suspeitos no Brasil
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Alstom: a Justiça da Suíça confirmou que dispõe de um "amplo material" em relação ao envolvimento da Alstom em contratos suspeitos no Brasil (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2014 às 09h24.

Genebra - Uma delegação de promotores e procuradores brasileiros viaja nesta semana para a Suíça em busca de provas, extratos bancários e informações sobre as contas relativas às supostas propinas nas licitações envolvendo os cartéis dos trens São Paulo, a Alstom e em obras públicas no Brasil.

A meta é identificar, com os novos documentos, funcionários públicos e mesmo políticos que tenham se beneficiado das propinas.

A Justiça da Suíça confirmou ao jornal O Estado de S.Paulo que dispõe de um "amplo material" em relação ao envolvimento da Alstom em contratos suspeitos no Brasil.

Berna também deu indicações que, apesar de uma relação conturbada nos últimos anos em torno desse assunto, está disposta a colaborar.

O processo sobre negócios da Alstom no Brasil não andou na Justiça da Suíça. Isso ocorreu diante da constatação de que as eventuais propinas foram pagas antes de uma lei entrar em vigor no país europeu tornando crime o pagamento de subornos a funcionários públicos estrangeiros. Além disso, a Alstom pagou uma multa milionária para encerrar o caso na Justiça suíça.

Mas nem por isso o Ministério Público local fechou as portas para uma colaboração com o Brasil. Os suíços haviam bloqueado dinheiro em nome do conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho.

Ele seria um ator chave na investigação da atuação da Alstom no Brasil. Documentos sobre suas contas também foram repassados ao Brasil.

Mas o Brasil quer mais agora. Os promotores brasileiros querem dos suíços informações sobre lobistas que teriam atuado como intermediários, emitindo notas falsas como empresas de consultoria.

A suspeita é de que esses serviços prestados jamais existiram e que o dinheiro pago a essas consultorias era a propina para garantir contratos públicos e terminava em contas secretas na Suíça.

Com as informações sobre a movimentação desses consultores, a esperança dos promotores brasileiros é o de chegar a novos funcionários públicos e até políticos que tenham sido beneficiados com o dinheiro do cartel que, entre o final dos anos 90 e 2008, ganhou contratos bilionários da CPTM e do Metrô do Distrito Federal.

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