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Brasil vive momento de refundação das bases na ética, diz Barroso

Segundo o ministro do STF, a situação do país atualmente é uma "tempestade" e que 30 anos de Constituição devem ser "comemorados"

Barroso: como prova do sucesso da Constituição, ele citou períodos passados de ditaduras, que não se repetem há décadas (Antônio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Barroso: como prova do sucesso da Constituição, ele citou períodos passados de ditaduras, que não se repetem há décadas (Antônio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de abril de 2018 às 10h56.

Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso classificou como "tempestade" o momento atual brasileiro.

"Houve chuvas e tempestades e o céu parece muito sujo, mas 30 anos de Constituição na América Latina são motivo de comemoração", afirmou durante o 7ª Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro. "A Constituição brasileira representa um capital político do qual não podemos abrir mão", completou.

Em sua opinião, o Brasil vive atualmente um momento especial, de refundação das suas bases éticas nos ambientes público e privado. "Constato imensa demanda da sociedade por integridade e patriotismo", disse.

Como prova do sucesso da Constituição, ele citou períodos passados de ditaduras, que não se repetem há décadas, e também a domesticação da inflação.

A terceira "conquista relevante foi uma expressiva inclusão social, de mais de 30 milhões de pessoas". Ele destacou as metas das Nações Unidas de enfrentamento da pobreza.

O ministro do STF comentou estar cansado de falar sobre corrupção. "Apesar da democracia no momento ser complexa, o filme é relativamente bom e nos almeja ver um final feliz. Falar do Brasil de hoje impõe um capítulo que gostaria que fosse curto que é a corrupção. Estou cansado de falar sobre isso, mas ainda não é possível virar a página. Enfrentá-la adequadamente e reduzi-la a nível tolerável faz parte do projeto de País."

Além da corrupção e desigualdade, Barroso mencionou a mediocridade como um problema do País, por não conseguir atrair bons nomes para a política. "O Brasil não pode ser monotemático com a corrupção", afirmou.

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