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Brasil vai doar 10 milhões de doses de vacina contra covid-19

Brasil doará 10 milhões de doses via Covax, aliança para vacinação da Organização Mundial da Saúde. Doação não compromete a vacinação no Brasil, segundo o ministro Marcelo Queiroga

Vacina contra covid-19: Brasil doará doses a países com baixa taxa de imunização (© Paul Hennessy / SOPA Images/Sipa USA/Agência Brasil)

Vacina contra covid-19: Brasil doará doses a países com baixa taxa de imunização (© Paul Hennessy / SOPA Images/Sipa USA/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 11h24.

Última atualização em 20 de dezembro de 2021 às 13h15.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta segunda-feira, 20, que o Brasil começará a doar vacinas contra a covid-19 a outros países, uma requisição antiga de órgãos internacionais. O governo federal editou Medida Provisória para permitir doação dos imunizantes.

Serão 10 milhões de doses oferecidas para doação via Covax, aliança para vacinação de países mais pobres da Organização Mundial da Saúde. Será ainda possível alcançar até 30 milhões de doses doadas, segundo o ministro.

"Iremos favorecer operações juntos ao mecanismo Covax, de modo a permitir que as vacinas cheguem àqueles que mais necessitam", disse Queiroga. O ministro afirmou ainda que o governo trabalhará junto aos países da região da América Latina, seguindo estratégia de "cooperação".

Os países destinatários ainda não foram especificados, nem as datas para que a doação seja concluída ou quais vacinas serão doadas.

O ministro afirmou que as doações não comprometem a imunização brasileira, incluindo "a distribuição de doses de reforço para todos os públicos e todas as faixas etárias que eventualmente forem incluídas".

"As doações a serem efetivadas pelo governo federal não comprometerão nossa bem-sucedida estratégia de imunização", disse Queiroga em pronunciamento nesta manhã.

Queiroga afirmou também que o Ministério da Saúde consultará o Ministério das Relações Exteriores para conferir quais podem ser os destinatários e quantidade. "A doação dependerá de manifestação de interesse e anuência do imunizante pelo país beneficiado", disse o ministro.

Menos de 8% da população nos países mais pobres foi imunizada com ao menos uma dose, enquanto 57% da população mundial já foi vacinada, segundo números compilados pelo Our World In Data, da Universidade de Oxford.

A Organização Mundial da Saúde tem feito apelos internacionais para que países com maior estoque de vacinas as direcionem para os países mais pobres, e o Brasil também vinha sendo pressionado a anunciar doações.

A África é o continente com menor parcela da população imunizada, com só 13% da população tendo tomado ao menos uma dose. Na América Central, o Haiti, que já foi destino de ações humanitárias brasileiras no passado, tem só 1% de vacinados, em meio à crise que vive o país nos últimos anos.

Enquanto isso, na América do Sul, continente mais vacinado do mundo, a taxa chega a 76%. 

Avanço da vacinação no Brasil

Graças à uma ampla adesão da população à campanha de vacinação, o Brasil tem 77% da população vacinada com duas doses, e 66% com a vacinação completa. Com a vacinação em massa, o Brasil tem o menor patamar de óbitos desde abril de 2020.

A terceira dose também começou a ser aplicada, a começar pelos grupos que completaram a imunização há mais tempo. No último fim de semana, o Ministério da Saúde também anunciou que o prazo para tomar a dose de reforço caiu de cinco para quatro meses após a segunda dose.

Para além da vacinação dos adultos, que já supera 90% do público-alvo, o Brasil ainda aguarda a definição sobre a vacinação de outras faixas etárias. A vacinação de crianças entre 5 e 11 anos foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na última quinta-feira, 19. Segundo médicos, a imunização de crianças é segura e evitaria riscos oriundos da covid-19 para esta faixa etária.

O tema sofre rejeição de parte da cúpula do Planalto. Nesta segunda-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar o caso, e afirmou que a decisão da Anvisa é "inacreditável". Servidores da agência têm recebido ameaças de morte na internet de pessoas contrárias à decisão.

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