Brasil

Brasil sobe uma posição no ranking do IDH e fica em 84º

Entre os emergentes, temos desenvolvimento humano mais alto que China e Índia, mas perdemos para a Rússia. Noruega tem o melhor índice. Congo, o pior

Educação ainda é um dos principais desafios para o desenvolvimento humano no Brasil  (Tiffany Szerpicki/)

Educação ainda é um dos principais desafios para o desenvolvimento humano no Brasil (Tiffany Szerpicki/)

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Da Redação

Publicado em 2 de novembro de 2011 às 09h07.

O Brasil subiu uma posição no ranking 2011 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), divulgado nesta quarta-feira em Copenhague pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). O país ocupa agora a 84ª posição entre os 187 países avaliados no estudo. O índice varia de 1 a 0, do país mais desenvolvido para o menos desenvolvido, e considera as condições de saúde, educação e renda de cada local. O IDH do Brasil passou de 0,715 em 2010 para 0,718 em 2011, o que nos mantém na categoria dos países com desenvolvimento humano alto. 
 
A Noruega, com índice de 0,943, lidera o ranking e o Congo ocupa a última posição, com IDH de 0,286. Também no topo estão Austrália, Países Baixos, Estados Unidos e Nova Zelândia. No final da lista, além do Congo, estão Níger, Burundi, Moçambique e Chade – todos países africanos.

Em uma visão global, o relatório aponta que a maioria das pessoas no mundo tem vidas mais longas, mais educação e maior acesso a bens e serviços do que nunca. Mesmo em países com situação econômica difícil, a saúde e a educação das pessoas melhoraram. O IDH médio mundial aumentou 18% entre 1990 e 2010 e 41% desde 1970.

Brasil

Apesar da evolução de 2010 para 2011, o Brasil ainda tem desenvolvimento humano mais baixo que Jamaica (79º), Bósnia (74º) e Líbano (71º). Os vizinhos latino-americanos também superam nosso país. Chile está em 44º lugar, Argentina em 45º, Uruguai em 48º e Cuba em 51º. Na comparação com os Brics, grupo de países emergentes, o mais desenvolvido é a Rússia (66º), seguido de Brasil (84º), China (101º) e Índia (134º).

Entre 1980 e 2011, o valor do IDH do Brasil foi de 0,549 para 0,718, um aumento de 31%. Quando olhamos cada fator que contribui para a formação do índice, observamos que, nesse intervalo de 31 anos, a expectativa de vida aqui aumentou em 11 anos; a média de anos de escolaridade aumentou em 4,6 anos; e a renda nacional bruta per capita aumentou 39%.

Gargalos 
De 2010 para 2011, o aumento de renda foi o grande responsável para que o Brasil subisse uma posição no ranking. No estudo, a renda é medida pela unidade da “paridade do poder de compra” (PPP), que indica quanto uma mesma quantia de dinheiro pode comprar em cada país. Em 2010 a renda per capita do Brasil era de PPP US$ 9.812. Em 2011, passou para PPP US$ 10.162. Os dados de educação e saúde que compõem o cálculo do IDH em nada mudaram. Educação e saúde, portanto, continuam sendo um gargalo para o desenvolvimento do Brasil e o aumento da renda ainda não reflete em melhores serviços à população.

Apesar de o Brasil ser classificado como um país de desenvolvimento humano alto, falta muito para chegar ao topo do ranking, onde estão os chamados países de desenvolvimento humano muito alto. Para se ter uma ideia, a expectativa de vida na Noruega é de 81,1 anos e no Brasil, de 73,5 anos. A média de anos de escolaridade é de 12,6 anos da Noruega e de 7,2 anos no Brasil. E a renda nacional bruta é de PPP US$ 47.557 na Noruega e de PPP US$ 10.162 no Brasil.

Desigualdade
O estudo calculou ainda o IDH ajustado à desigualdade interna de cada país. Neste ranking, alguns dos países mais ricos do mundo caem do grupo dos 20 primeiros no IDH: os Estados Unidos passam do 4º para 23º lugar, a Coreia do Sul de 15º para 32º e Israel de 17º para 25º. No caso dos Estados Unidos e de Israel, a queda se deve à desigualdade de renda e de acesso à saúde. Na Coreia do Sul, a desigualdade vem da educação. O Brasil fica na 73ª posição com este recorte, mas é preciso ponderar que o ranking do IDH ajustado à desigualdade deixa de fora 53 países sobre os quais não havia dados.

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