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Brasil retira todos os diplomatas da Venezuela e tranca embaixada

Movimento representa a última fase do rompimento das relações com Caracas

Fronteira Brasil e Venezuela: A embaixada do Brasil fechou as portas em Caracas nesta quinta-feira, 16 (Bruno Kelly/Reuters)

Fronteira Brasil e Venezuela: A embaixada do Brasil fechou as portas em Caracas nesta quinta-feira, 16 (Bruno Kelly/Reuters)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 17 de abril de 2020 às 19h34.

Última atualização em 17 de abril de 2020 às 19h34.

Nesta sexta-feira, 17, os 38 diplomatas e adidos militares brasileiros alocados na Venezuela tiveram um dia movimentado. À tarde, eles se dirigiram ao aeroporto de Caracas para embarcar de volta ao Brasil. O retorno é definitivo. O grupo fez a viagem em um avião da FAB.

Segundo EXAME apurou, um canal de comunicação estabelecido entre militares brasileiros e venezuelanos possibilitou a repatriação dos brasileiros. A operação precisava contar com a aprovação de Nicolás Maduro, que convive de perto com as forças armadas.

A embaixada do Brasil fechou as portas em Caracas nesta quinta-feira, 16. Os três consulados em território venezuelano já tinham encerrado as atividades no final de março. O movimento estava previsto. Faz parte da decisão do governo brasileiro de não aceitar o resultado da eleição, realizada em maio de 2018, que deu mais quatro anos de mandato a Nicolas Maduro.

Houve denúncias de fraudes em relação ao pleito e o deputado Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, passou a ser considerado o presidente interino pela oposição venezuelana e boa parte da comunidade internacional.

Segundo fontes diplomáticas, a repatriação dos diplomatas brasileiros representa um rompimento das relações com a Venezuela. Resta a pergunta sobre como será feito o atendimento aos quase 12 mil brasileiros que moram na Venezuela.

O meio diplomático também discute de que forma será realizada a comunicação com Maduro, caso ela seja necessária. Em algumas situações, é possível escolher um país para exercer a função de pombo-correio, como acontece entre os Estados Unidos e o Irã. Os dois países, que estão rompidos desde 1980 em função da revolução islâmica,  se comunicam através da embaixada suíça em Teerã.

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